O Brasil alcançou um marco preocupante no cenário da saúde pública, ultrapassando a marca de 4 milhões de casos (prováveis e confirmados) de dengue em 2024. De acordo com dados atualizados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde nesta segunda-feira (29), o país contabilizou 4.127.571 casos nas primeiras dezesseis semanas deste ano, atingindo uma taxa inédita.
Essa cifra representa o maior número de casos desde que os registros começaram a ser feitos, em 2000. O recorde anterior de casos prováveis foi observado em 2015, com 1.688.688 registros. Em 2023, foram reportados 1.658.816 casos, ocupando a terceira posição na série histórica.
Comparativamente, no mesmo período do ano passado, o Brasil registrava 902.174 casos. Além disso, desde janeiro até o momento, 1.937 mortes foram confirmadas, com outras 2.345 em processo de investigação. Em 2023, houve 620 óbitos entre as semanas 01 e 16.
A secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, previu em fevereiro que o país poderia chegar a 4,2 milhões de casos neste ano.
O ministério também identificou os sorotipos do vírus da dengue com maior circulação no país, sendo o sorotipo 1 o mais prevalente, encontrado em todos os estados. Em seguida, observa-se o sorotipo 2, presente em 24 estados e no Distrito Federal.
Apesar da circulação simultânea dos quatro sorotipos de dengue no território nacional, apenas Minas Gerais registrou, até o momento, a presença de todos os sorotipos atuando simultaneamente.
É importante ressaltar que o vírus da dengue possui quatro sorotipos diferentes: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4, todos capazes de causar as diferentes formas da doença.
A capacidade de uma pessoa contrair dengue até quatro vezes ao longo da vida está relacionada à possibilidade de infecção pelos quatro sorotipos distintos do vírus. Uma vez exposta a um sorotipo específico e recuperada da doença, a pessoa desenvolve imunidade para aquele sorotipo em particular.
*G1