O pastor Felipe Valadão, líder da Igreja Batista da Lagoinha em Niterói, Rio de Janeiro, voltou ao centro de uma polêmica envolvendo liberdade de pregação religiosa e acusações de incitação ao ódio. O caso remonta a uma pregação realizada em maio de 2022, mas ganhou destaque recentemente após o indiciamento do religioso pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) no último dia 16.
Durante o evento em Itaboraí, Valadão fez comentários sobre centros de umbanda, criticando práticas associadas a esses locais. Suas declarações incluíram afirmações sobre a conversão dos praticantes dessa religião e a possível consequência do fechamento de tais centros.
A delegada Rita de Cássia Salim Tavares, responsável pelo caso, destacou que as palavras de Valadão podem configurar intolerância religiosa, ao impor um único padrão religioso sem respeitar a diversidade e liberdade religiosa.
A defesa do pastor argumenta que suas declarações refletem sua crença pessoal e não constituem incitação à intolerância, mas sim uma manifestação de fé contrária às crenças das religiões de matriz africana. Valadão, por sua vez, esclareceu que sua intenção era expressar a esperança de conversão dos praticantes de umbanda, o que, segundo ele, resultaria no fechamento dos centros por falta de razão de existir.
O caso continua em análise pelas autoridades, enquanto levanta debates sobre os limites da liberdade de expressão religiosa e o combate à intolerância religiosa no país.
*FONTE G1