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No Brasil, houve um grande aumento no número de igrejas evangélicas nas últimas décadas, como revelado por uma pesquisa do Centro de Estudos da Metrópole (CEM), da USP.
Em média, foram abertos 17 novos templos todos os dias no país no ano de 2019. O estudo analisou a expansão desde 1920 até 2019, levando em consideração os estados com maior presença evangélica.
"Passamos de cerca de 100 igrejas nos anos 60 para mais de 60 mil templos em 2015. Houve um crescimento significativo nas últimas décadas", explicou Victor Araújo, pesquisador do CEM. O maior crescimento ocorreu entre os anos 1990 e 2017.
No entanto, o crescimento das igrejas evangélicas no Brasil não foi uniforme em todo o país. As igrejas se multiplicaram na região sudeste e continuaram a crescer nessa localidade. No entanto, nos últimos anos, a expansão se concentrou na região Centro-Oeste.
O estudo classifica as denominações cristãs em quatro grandes grupos: missionários, que incluem igrejas batistas, presbiterianas, metodistas, entre outras; pentecostais, como a Assembleia de Deus, Deus é Amor, Igreja Quadrangular, entre outras; neopentecostais, que possuem uma tradição mais recente do pentecostalismo; e, por fim, as igrejas que não foram classificadas. Este último grupo é o que mais cresce no Brasil.
"É raro encontrar na história recente do mundo um crescimento tão rápido de uma transição religiosa como a que estamos presenciando no Brasil", avaliou Victor, citando o exemplo da Europa, que levou cerca de 500 anos para passar pela mesma transição religiosa, enquanto o O Brasil precisou de apenas algumas décadas.
De acordo com a pesquisa, o crescimento das igrejas evangélicas no Brasil está relacionado a fatores sociais e psicológicos. Victor menciona a urbanização do Brasil a partir dos anos 1960, assim como a migração da população rural para as cidades. Muitas dessas pessoas passaram a frequentar igrejas evangélicas próximas às suas residências.
O estudo também destaca que o fortalecimento econômico das denominações evangélicas atraiu um grande número de fiéis. Além disso, o investimento em telecomunicações por parte dessas igrejas também é citado como justificativa para o crescimento acelerado.
Por: Alzira Gavilan