Casal de obreiros evita suicídio em bairro na Capital

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O suicídio é a terceira principal causa de mortes entre os homens no Brasil. Os dados são do Ministério da Saúde. No total são 11 mil suicídios por ano e se forem contadas as tentativas, os casos podem chegar a 35 mil. E os números em Campo Grande são alarmantes. De 2010 a 2016 foram registrados 331 casos de suicídios na Capital. No ano passado foram 851 tentativas. As vítimas estão na faixa dos 15 a 39 anos. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde e foram expostos durante a realização do 1º Fórum de Discussão de “Combate ao Suicídio- Falar é a melhor solução” realizado no dia 17 de outubro, no Plenário da Câmara Municipal de Campo Grande. A própria criação do Fórum foi motivada pelos sucessivos casos registrados na Capital.

"No Brasil a maior concentração de suicídios está entre os adolescentes e adultos jovens, independente das etnias. Devemos trabalhar com prevenção e tratamento aos casos identificados”, alertou durante o evento o médico psiquiatra, Juberty Antônio de Souza, representando o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul.

"Por duas vezes tentei suicídio. É preciso falar sobre o assunto. A pessoa está passando por um momento de transtorno e não encontra saída. O caminho que ela vê é o suicídio. Eu agradeço por ter saído com vida”, relatou na oportunidade a advogada Laura Cândia. O depoimento dela durante o Fórum reforçou a necessidade de políticas públicas voltadas para essa temática.

Maria de Fátima, especialista da área no Ministério da Saúde garante que as pessoas dão sinais antes de cometer qualquer ato contra a própria vida. “Ela pede ajuda, dá sinais como depressão, problema de socialização, se retrai… há todo um processo que se desenvolve até chegar a tentativa ou a tentativa ser efetiva”, enumera como fatores determinantes.

Entre os principais canais de ajuda está o Grupo de Amor a Vida (GAV), um canal de atendimento ao cidadão, através do número 141, que recebe ligações das 7h às 23h, todos os dias, incluindo finais de semana e feriados, para o aconselhamento e orientação.

Livramento e salvação

Um caso de livramento e salvação de quem pensava em suicídio chegou à redação do ToNoGospel. Um casal de obreiros, Paulo e Priscila, realizava durante um sábado, visitas evangelísticas em um bairro da Capital. Ao parar em uma casa bateram em determinado portão por diversas vezes. A insistência incomum parecia não fazer sentido naquele momento. Bateram e chamaram pelos moradores da residência por várias vezes e como ninguém atendia decidiram visitar a casa ao lado. Ao terminar a rápida visita no vizinho, o homem viu um jovem sair do imóvel em que haviam tentado visitar na primeira vez. O jovem tinha a expressão pesada, mas ao sair da residência queria mostrar algo ao casal de obreiros que insistentemente bateram no portão. Paulo se identificou e disse que estava ali para fazer visitas aos moradores do bairro e falar da palavra de Deus. Foi quando o jovem convidou o casal para entrar e, em um dos cômodos, mostrou uma corda que estava pendurada em uma viga da casa. A intenção era cometer suicídio naquela hora, não fossem as palmas insistentes de alguém batendo no portão.

 “Eu já ia tirar a minha vida, não aguento mais tanto sofrimento. Mas ouvi vocês batendo e resolvi abrir”, disse o morador entre lágrimas, conforme relato do casal de obreiros. As dificuldades da vida levaram o jovem a pensar em suicídio. Envolvido com drogas, problemas com a vida profissional e no relacionamento conjugal, uma vez que a esposa havia saído de casa, o jovem não viu outra saída a não ser tirar a própria vida.

Curiosamente, Paulo também havia passado por problemas bem semelhantes até encontrar a Cristo.  “Contei para ele que minha história tinha sido, em alguns pontos, até pior, e contei outros casos de quem teve a vida transformada pela fé”, declarou. O olhar pesado deu lugar a surpresa de quem achava que passava por isso sozinho:  ‘então não é só comigo que acontece isso?’, disse o rapaz. O casal pregou a Palavra e orou por aquele jovem. Depois retiraram a corda da viga e estão com ela até hoje.  “Vou guardá-la comigo e, quando sua vida estiver mudada, você vai olhar para ela e se lembrar de onde Deus te tirou”, disse na hora Paulo ao jovem que continua vivo para contar a historia e não acrescenta mais as estatísticas de suicídio em Campo Grande.

 

*O nome do casal é fictício e o caso onde foi registrado o relato foi preservado a pedido dos próprios obreiros. O sigilo da fonte é garantido por lei.