Igrejas evangélicas são atacadas no norte da África

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A edição do jornal francês “Charlie Hebdo” com mais uma representação de Maomé na capa provou diversas reações no norte da África. No Níger, duas igrejas presbiterianas brasileiras foram atacadas no dia 17 de janeiro por moradores da capital, Niamey. Naquela cidade, existem mais de 30 brasileiros entre missionários que atuam nas duas igrejas e em uma escola. O Itamaraty orientou que cristãos não saíssem de casa. Os alvos dos protestos são símbolos cristãos e locais vinculados á França.

As igrejas são coordenadas pelo missionário Jefferson Garcia, 37 anos e ligadas á Igreja Presbiteriana Viva, com sede em Volta Redonda (RJ). Os templos foram incendiados e saqueados.  Foram levados televisão, armários e até o cão de guarda do prédio foi queimado pelos manifestantes.  De acordo com o pastor brasileiro, Roberto Gomes, de 36 anos, a relação com os mulçumanos sempre foi tranqüila. Ele mora desde 2009 na África e abriga os missionários. “Estou em estado de choque. Nunca vi algo parecido. Só pode ser coisa do Satanás”, afirmou Gomes em depoimento ao Jornal Folha de São Paulo.

De acordo com informações iniciais estão na cidade 7 brasileiros missionários de uma ONG; 12 trabalhando para Igreja Presbiteriana e os demais são de outras missões de entidades evangélicas.

Na segunda-feira, a Igreja em Volta Redonda emitiu nota oficial confirmando a destruição dos templos e disse que não serão divulgados os nomes dos integrantes para preservação da segurança. A denominação afirma que acompanha todos os protestos no Níger. “A comunicação direta com nossos pastores no local tem sido restrita ao coordenador dos nossos trabalhos na África. Sabemos que muitas notícias equivocadas podem surgir neste momento tão delicado, por isso, queremos esclarecer e afirmar que os pastores e suas equipes e famílias estão bem e reunidos em segurança”, diz o texto. No total, os manifestantes saquearam e incendiaram 45 igrejas, entre elas duas brasileiras, além de cinco hotéis, 36 bares, um orfanato e uma escola cristã.  Cinco pessoas morreram, 128 ficaram feridas e 189 foram detidas nas manifestações.