Cristã é morta a tiros durante culto no Rio: tragédia expõe medo e confusão entre tráfico e fé

Compartilhe:
Sebastiana Luiz da Silva. (Foto: Reprodução/g1)

Um culto de oração terminou em tragédia no último domingo (13), em Belford Roxo, na Baixada Fluminense (RJ). Sebastiana Luiz da Silva, de 57 anos, foi morta a tiros por traficantes da região enquanto participava de um encontro religioso em um sítio no bairro Babi. A mulher, segundo a Polícia Civil, foi confundida com integrante de uma milícia rival pelos criminosos.

Sebastiana fazia parte de um grupo de cristãos reunido em oração quando foi surpreendida pelos traficantes da Favela do Sapo, localizada em Nova Aurora, comunidade próxima ao local da reunião. Testemunhas relataram que os criminosos observaram o grupo à distância e suspeitaram da presença de milicianos devido à roupa dos participantes, o que motivou a abordagem.

Ao chegarem no local, os bandidos causaram pânico entre os fiéis. Muitos correram. Sebastiana, que havia saído momentaneamente com o marido, foi atingida por disparos ao tentar se proteger. Ela chegou a ser levada ao Hospital Municipal de Belford Roxo, mas não resistiu aos ferimentos.

Edvaldo Oliveira, marido da vítima, presenciou tudo. “Eles mandaram a gente descer do carro e começaram a atirar. Falei pra ela não correr, mas ela correu. Acertaram dois tiros nas costas dela”, contou em entrevista ao g1. Ele também foi alvo dos disparos, mas não ficou ferido.

Após o ataque, Edvaldo afirmou aos criminosos que o grupo era formado apenas por evangélicos. Ao perceberem o engano, os traficantes fugiram. “Eles viram que éramos evangélicos e foram embora”, disse, ainda em choque com a perda da esposa.

Sebastiana foi enterrada na segunda-feira (14), no Cemitério de Cordovil, Zona Norte do Rio. Ela deixou três filhos.

A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense investiga o caso. A suspeita principal é de que a morte tenha sido causada por uma identificação equivocada, em uma região onde a tensão entre milícias e traficantes tem deixado moradores em constante estado de medo.

“Era uma esposa exemplar. Cuidava de mim quando eu estava doente. Foi embora e deixou três filhos ótimos”, lamentou Edvaldo. “Não dá pra entender nada. Somos crentes, fomos apenas orar e aconteceu isso.”

*Com informações Missões Urgentes