
A vida de Cássimo Armando, natural do sul de Moçambique, foi marcada por uma virada inesperada. Aos 17 anos, após anos de sofrimento físico e espiritual, ele teve um encontro com Jesus em uma cruzada evangelística que mudaria completamente o rumo da sua história. Hoje, aos 31 anos, ele é missionário, pai de dois filhos e líder cristão atuante em uma das regiões mais desafiadoras da África.
Nascido em uma família muçulmana praticante e educado em uma madrassa, Cássimo cresceu envolvido por práticas tradicionais e rituais com curandeiros. Desde os 8 anos, conviveu com uma enfermidade misteriosa que o impedia de falar e o fazia viver sob constantes tentativas de cura espiritual, como banhos com sangue de galinha e cerimônias em cemitérios.
A transformação veio quando, ao aceitar o convite de um missionário brasileiro, participou de uma cruzada evangelística e teve sua primeira experiência com Cristo. “O pastor falava como se soubesse toda a minha vida”, lembra Cássimo. Naquela noite, ele se entregou a Jesus, foi curado e afirma: “Nunca mais tive problema de saúde”.
A conversão custou caro: foi expulso de casa, passou fome, chegou a cogitar comer do lixo. Mesmo assim, persistiu. Envolveu-se com a Igreja Metodista Wesleyana em Nacala Porto, no norte de Moçambique, onde atua como diácono e ajuda a coordenar o Projeto Nacala, que já alcança 24 aldeias remotas com ações sociais e evangelísticas.
As missões enfrentam desafios extremos. Além da pobreza e da distância, aldeias são frequentemente atacadas por extremistas islâmicos, que chegam a incendiar casas e decapitar cristãos. Cássimo e outros missionários já chegaram a ser presos por engano, confundidos com terroristas. Em outras ocasiões, arriscaram a vida em veículos sem freio ou visitaram aldeias sem qualquer comunicação por meses.
Mesmo em meio ao caos, Cássimo viu milagres: chuvas enviadas após orações, colheitas florescendo sem condições, comida multiplicada, proteção sobrenatural. “Aprendi o que é missão e o que é ser missionário”, afirma.
Hoje, Cássimo segue firme, movido pela fé. Sua mensagem: “Se eu não posso ir, eu oro. Joelho dobrado é força. Não podemos desistir do que Deus colocou em nós: alcançar povos, tribos e línguas com amor e com Cristo”.
*Com informações Missões Urgentes