
A decisão da Prefeitura de Zé Doca, no Maranhão, de substituir a tradicional festa de Carnaval pelo evento gospel “Adora Zé Doca” gerou polêmica e recebeu uma recomendação contrária do Ministério Público (MP). O promotor Frederico Bianchini solicitou a suspensão do evento, que está programado para acontecer entre os dias 1º e 4 de março.
A prefeita Flavinha Rocha (PL) justificou a mudança argumentando que os cachês de artistas tradicionais do Carnaval estavam muito elevados. Assim, a administração optou por organizar um “pré-Carnaval” com bandas renomadas, como Chiclete com Banana, e direcionar o investimento de mais de R$ 600 mil para contratação de cantores gospel durante a data oficial da folia. Segundo a gestão municipal, os recursos utilizados para o evento religioso são provenientes de emendas parlamentares.
A decisão de substituir a festa carnavalesca tradicional por um evento religioso gerou críticas e protestos por parte da população e de setores da sociedade civil, que questionam a destinação dos recursos públicos e a suposta falta de inclusão de diferentes expressões culturais na programação municipal.
Em entrevista à TV Mirante, a prefeita destacou que a troca foi motivada pelos altos custos de contratação de artistas durante o período do Carnaval e defendeu a mudança como uma forma de diversificar as festividades da cidade.
A recomendação do Ministério Público agora cabe à Prefeitura, que pode decidir acatá-la ou não. Caso contrarie o parecer do órgão, o MP pode adotar medidas judiciais para barrar o evento.