Defensoria Pública resgata 95 homens de condições degradantes em comunidade terapêutica no Parque dos Poderes

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Braço de paciente com várias queimaduras de cigarro | Créditos: Divulgação Defensoria Pública

A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul resgatou, nesta semana, 95 homens que viviam sob condições degradantes na Comunidade Terapêutica Filho de Maria, em Campo Grande. A instituição foi alvo de denúncias de maus-tratos e práticas de tortura, confirmadas em vistoria realizada em parceria com o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), órgão federal de inspeção de direitos humanos.

Durante a vistoria, foram encontrados indícios de tortura física, incluindo pacientes com queimaduras de cigarro, além de sinais evidentes de desnutrição. Segundo a defensora Eni Maria Sezerino Diniz, coordenadora do Núcleo de Atenção à Saúde (NAS), os internos eram mantidos sob medicação excessiva e tinham acesso mínimo a cuidados médicos, atendidos apenas por uma enfermeira, sem a presença de outros profissionais de saúde.

Além da Defensoria, o Conselho Regional de Farmácia e a Polícia Civil também atuaram na inspeção, avaliando o uso de medicamentos e colhendo depoimentos dos pacientes. O responsável pela instituição foi encaminhado para prestar esclarecimentos às autoridades.

A defensora Thaisa Raquel Medeiros Defante informou que as famílias dos internos foram notificadas e que alguns dos homens resgatados já foram reintegrados às famílias ou encaminhados a outras unidades de acolhimento. A Polícia Civil segue com as investigações, e a Defensoria Pública prepara ações judiciais contra os responsáveis pela instituição.

*Assessoria de imprensa