
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, foi preso nesta sexta-feira (22) após sair de uma audiência com o desembargador Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, para confirmar os termos de sua delação premiada. O mandado de prisão, de caráter preventivo, foi expedido por Moraes devido ao descumprimento de medidas cautelares impostas ao tenente-coronel, que estava em prisão domiciliar, e por obstrução à Justiça.
O Supremo Tribunal Federal (STF) informou que a validade da delação de Cid, homologada por Moraes, está sob análise.
Cid compareceu ao STF após a divulgação de áudios nos quais ele sugere que o inquérito da Operação Tempus Veritatis é uma "narrativa pronta" e que Moraes já tem a sentença dos investigados. As gravações foram divulgadas pela revista Veja. Em um dos áudios, Cid afirma que os investigadores "não queriam saber a verdade" sobre a tentativa de golpe de Estado, mas apenas confirmar uma "narrativa pronta".
O depoimento de Cid no STF ocorre dez dias após ele ser ouvido pela Polícia Federal, pela sexta vez, no âmbito de seu acordo de delação premiada. Na ocasião, Cid confirmou detalhes de encontros com o ex-presidente Jair Bolsonaro e a cúpula de seu governo para debater um plano de golpe de Estado, mas afirmou não ter participado das discussões entre Bolsonaro e o alto escalão das Forças Armadas sobre o mesmo tema.
A prisão de Cid também ocorre após o indiciamento do ex-presidente por associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação na investigação sobre a fraude na carteira de vacinação de Bolsonaro e de sua filha Laura. Cid também foi incriminado pela PF, não apenas pelos documentos falsos do ex-chefe do Executivo, mas também pelas tentativas de obter comprovantes de imunização contra a covid-19 para sua esposa e filhas.
Da redação