PT fará estudo para aprender a se relacionar com evangélicos

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Foto: reprodução

A Fundação Perseu Abramo, principal centro de estudos associado ao PT, anunciou a criação de um Núcleo de Acompanhamento de Políticas Públicas (NAPPs) dedicado a temas religiosos. O objetivo é conduzir estudos e pesquisas, oferecendo sugestões sobre como o partido pode estabelecer relações com o segmento religioso, especialmente os evangélicos. A informação foi divulgada na coluna Painel da Folha nesta terça-feira (2).

Paulo Okamotto, presidente da Fundação, destaca a presença de diversos pentecostais e neopentecostais simpatizantes do PT, ressaltando a importância de atualizar o entendimento sobre o comportamento religioso no Brasil. Ele afirma: "Precisamos compreender o que pensam e como podem se relacionar conosco."

Os NAPPs, que tradicionalmente abordam temas como economia, segurança, agricultura, educação e saúde, desta vez concentrarão seus esforços nas questões religiosas. Essa iniciativa surge na mesma semana em que o Valor Econômico noticiou que fontes ligadas ao governo aconselharam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a se aproximar do público evangélico, diante do desejo de lideranças religiosas por uma atenção maior do presidente.

O governo Lula tem buscado estratégias para conquistar o apoio dos evangélicos, destacando a campanha publicitária com a participação de pastor-cantor, esforços para aprovar o PL das Fake News, isenção de impostos para igrejas e treinamento de fiéis em programas sociais financiados por projetos federais.

O presidente tem elogiado os evangélicos em seus discursos e convidado pastores para seus eventos, reconhecendo o poder eleitoral dessa classe. No entanto, a rejeição dos evangélicos em relação a Lula é um desafio, com pesquisas indicando altos índices de avaliação negativa. O governo tem investido em campanhas midiáticas, desembolsando consideráveis recursos, e também busca apoio da bancada evangélica em Brasília, assinando protocolos e planejando ações específicas para conquistar votos em projetos prioritários para 2024.

 

Por: Alzira Gavilan