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Não há sensação mais desagradável do que abrir as redes sociais da igreja e ver o grupo de jovens fazendo alguma atividade e você não ter sido convidado. Ou vários cargos serem distribuídos e o seu nome não estar incluído na lista. E quem sabe aquela reunião importante que não fizeram questão da sua presença. As famosas “panelinhas”, apesar de terem pessoas que aprovam, em sua grande maioria cria um grupo paralelo na congregação: o dos excluídos.
É claro que algumas pessoas são tímidas, outras têm mais dificuldades de se socializarem, além dos que não fazem questão de ter cargo, mas o fato é que há muitos que realmente não são lembrados. Principalmente se a igreja for muito grande, a possibilidade se tornar “invisível” dentro dela é grande.
E isso pode atingir aos membros de qualquer idade, das crianças aos idosos. O fato é que, quando a pessoa cansa dessa situação, na maioria das vezes, ela sai da igreja. Para evitar que isso aconteça, a liderança deve estar atenta e assumir a responsabilidade de promover a união e a socialização dos seus membros. E isso inclui dar suporte aos mais tímidos e não esperar que eles peçam ajuda, pois isso pode nunca acontecer.
“Não consigo ver ponto positivo em uma panelinha, pois o intuito dela é chamar a atenção para um determinado tipo de grupo e isso não funciona”, ressalta o pastor Giovane Resende, da Igreja Vida em Cristo, em Pompeu (MG).
Para ele, uma forma de se evitar o isolamento de alguém é dar oportunidade para que essa pessoa participe. “É delegar tarefas em grupo e sempre monitorar para que essas pessoas não fiquem afastadas da igreja”, orienta Resende.
Segundo o pastor, os membros da igreja também precisam fazer a sua parte nesse processo. “Para evitar que outras pessoas fiquem isoladas é preciso demonstrar o amor de Cristo. Se há panelinhas, os membros estão sendo ensinados de forma incorreta. E isso acaba gerando divisão na igreja”, alerta.
Para ajudar você e a sua igreja a tentar resolver esse problema, preparamos algumas dicas importantes:
Como a igreja deve agir em relação às “panelinhas”
– A liderança deve conversar com cada departamento da igreja de modo que todos fiquem atentos se há alguém sendo excluído das atividades congregacionais e sociais.
– É importante dar um suporte aos novatos, aqueles que estão chegando agora na igreja e não conhecem praticamente ninguém.
– Crie um canal para que a pessoa que se sentir excluída de alguma forma possa relatar isso, de forma sigilosa e privada, à liderança da igreja.
– Faça programas recreativos de modo a quebrar a formalidade e proporcionar maior união entre os membros.
– Nem todos são extrovertidos, alguns são muito tímidos e há os que vão querer ficar “na deles” e isso deve ser respeitado, ou seja, jamais force a barra para parecer sociável. Mas mesmo assim o convite deve ser feito a todos.
– Com relação a cargos, procure dar treinamentos e fazer discipulados para entender o perfil dos novos membros que chegaram à igreja. Faça avaliações de habilidades, dons e talentos, e aos poucos permita que eles participem das atividades congregacionais, seja ela qual for.
Como os membros da igreja devem agir
– Lembre-se que ninguém é dono da igreja e que o seu cargo não lhe dá o direito de fazer acepção de pessoas. Tenha a humildade de convidar todos para participarem das programações em que você está à frente.
– A pessoa que você ignora hoje poderá ser seu líder amanhã, portanto, trate todos bem para evitar problemas no presente e no futuro.
– Crie o hábito de cumprimentar as pessoas, seja gentil, educado, ofereça ajuda. Acredite, às vezes um pouco de atenção pode fazer mais a diferença na vida de uma pessoa do que a própria pregação no culto.
– Caso os informativos e convites aconteçam de forma digital, certifique-se de que a pessoa que está faltando às programações tem conseguido acessar as redes sociais da igreja. E muito cuidado com os grupinhos paralelos de Whatsapp. Eles podem dividir mais do que somar.
– Se você faz parte dos que se sentem “excluídos”, faça uma reflexão: Você realmente não tem sido convidado ou está evitando ir a alguns programas da igreja por questões pessoais ou mágoa de alguém? Já se ofereceu para ajudar em algum ministério? Tem tido a iniciativa de cumprimentar as pessoas? Caso se sinta isolado, já procurou a liderança da igreja para conversar a respeito?
Com informações: Revista Comunhão