O belo culto, o vestido branco, a festa linda, as núpcias cheias de carinho, a verdadeira história de amor entre um casal que serve a Deus. Mas a beleza e a pompa do enlace matrimonial de nada adiantam se não vir acompanhada da disposição de marido e mulher em abraçar as responsabilidades que a vida a dois impõe.
São duas pessoas, com costumes diferentes, que se tornam uma só. Sobretudo nessa fase inicial de adaptação, é preciso entender os papéis da cada cônjuge na nova família que se formou, com os seus deveres para cumprir um para com o outro. O corte do cordão umbilical com os pais muitas das vezes também pode ser traumático se não for bem preparado.
A cada ano aumentam os relatos de relações rompidas judicialmente. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em 2014, 9,97% dos divórcios no país foram entre pares com menos de um ano de união. Os que duram menos de uma década correspondem a 4,83%, um percentual crescente desde 1994, cenário muito frequente também nas igrejas.
“Não existe um motivo único que dê conta de explicar essa tendência, mas, como escreve Gary Chapman no livro ‘O que Não Me Contaram Sobre o Casamento’, as pessoas continuam correndo para o matrimônio ‘com pouca ou quase nenhuma preparação que possibilite uma união bem-sucedida’. Sem esse cuidado, a probabilidade de separação se eleva. Antes de subir ao altar, é necessário o conhecimento mútuo, sem criar expectativas irreais. É imperativo conversar bastante, a sós e também com o auxílio de outras pessoas, como pastores e conselheiros. Do contrário, diante da frustração (algo inevitável quando dois seres humanos convivem por algum tempo), o desejo do divórcio logo se mostrará – mesmo que a Bíblia seja bem clara ao dizer que esta não é a vontade de Deus”, explica Daniel Faria, responsável pela edição das publicações de Gary Chapman lançadas no Brasil.
Existem razões fortes que contribuem para a dificuldade em permanecer casados, como explica o Pr. Luiz Roberto Silvado, autor da obra “Casamento: O que levar na mala além de doces e dos quilos a mais”, da editora AD Santos. “Os jovens casais de nossas igrejas sofrem as mesmas pressões dos outros da sociedade em geral. Os problemas maiores são com aqueles que casam tendo o divórcio como uma opção válida para resolver os conflitos conjugais. Ou seja, eles já têm em mente que é fácil começar e terminar. Ledo engano!”, alerta.
Nesse contexto, a ignorância também se torna uma inimiga. “É grande o número de jovens adultos que não conhecem como um homem e uma mulher se relacionam de forma saudável e bíblica. Faltam modelos dentro das igrejas que sejam percebidos como dignos de serem seguidos. E, por fim, não há preparação. Infelizmente muitas igrejas não investem em curso para noivos e tampouco em ministério para enriquecimento da vida conjugal. O desconhecimento sobre os princípios bíblicos para o matrimônio os impede de desfrutar das bênçãos preparadas por Deus”, acrescenta.
E o que é importante para manter e fortalecer cada vez mais os laços? Daniel Faria explica que Gary Chapman também cita essas situações em seus livros. “Uma lição importante é: deixe o egoísmo de lado. O egoísmo é um dos principais vilões do casamento, e de qualquer relacionamento, porque a pessoa se fecha para a outra, e o diálogo se torna impossível. Faça o oposto disso e abra o coração ao cônjuge. São mais duas pessoas que não estão mais separadas, pois se tornaram um só (Gênesis 2: 24)”, orienta.
*Revista Comunhão