Kakau Cordeiro se pronunciou e disse ter sido "infeliz nas palavras" – foto: reprodução
A pastora Karla Cordeiro, denunciada por suposto “discurso racista e homofóbico”, foi inocentada pela Justiça. A decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) extinguiu a ação que foi movida contra ela.
Os desembargadores foram unânimes ao entender que a pastora estava no seu direito quando declarou em um culto que não era para se levantar bandeira políticas, mas sim a Palavra de Deus.
Paulo Rangel, desembargador e relator do habeas corpus apresentado pela defesa da pastora, declarou que ela “está amparada pelo exercício regular do direito que é a liberdade de culto religioso e de crença, assegurados pela Constituição da República”.
Em agosto deste ano, durante culto da Igreja Sara Nossa Terra de Nova Friburgo (RJ), a pastora Karla afirmou: “É um absurdo pessoas cristãs levantando bandeiras políticas, bandeiras de pessoas pretas, bandeiras de LGBTQIA+, sei lá quantos símbolos tem isso aí. É uma vergonha, desculpa falar, mas chega de mentiras, eu não vou viver mais de mentiras. É uma vergonha. A nossa bandeira é Jeová Nissi. É Jesus Cristo. Ele é a nossa bandeira”.
“Para de querer ficar postando coisa de gente preta, de gay, para! Posta palavra de Deus que transforma vidas. Vira crente, se transforma, se converta! ”, declarou Karla.
Por essas falas, foi denunciada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, pelos crimes de racismo e homofobia.
Mas no entendimento do TJRJ a pastora apenas pregou a Palavra de Deus. “A paciente pregou a palavra de Deus com base no livro Santo e Sagrado de todos os Cristãos: a Bíblia. (…) Não comete crime quem, em pleno exercício de sua religião, clama pelos ensinamentos de Cristo, sem ofensa a qualquer minoria. O que se quer é obrigar a paciente a rasgar a Bíblia e a aceitar o homossexualismo”, declarou o desembargador.
O desembargador disse ainda que “a prática do homossexualismo (sic) e demais atos citados na passagem Bíblica e tidos como pecados não são inventados pela pastora. (…) Querer que ela defenda algo diferente do que está na Bíblia é cercear a liberdade de culto dela”.
No relatório, o desembargador lamentou ainda que hoje “tudo virou crime” e que “a pessoa que não é politicamente correta já é considerada criminosa”.
Da redação