Hoje 31 de outubro, a Reforma Protestante celebra seu 504º aniversário. Embora muitas vezes seja lembrado como um movimento religioso, é preciso dizer que esse marco histórico trouxe mudanças muito profundas ao mundo de então e de agora, afetando diferentes áreas da vida. De certa forma, a reflexão sobre a reforma também reflete mudanças culturais, econômicas, educacionais e sociais.
A história relata que Martinho Lutero, um monge alemão que estava furioso com a exploração financeira da fé em seus dias, postou 95 teses na porta da igreja de Wittemberg, Alemanha, no ano 1517, dando início à Reforma Protestante.
As teses de Lutero não eram um ataque à fé, mas uma espécie de convite ao Papa da época para um diálogo sobre o que estava acontecendo com a Igreja. Não foi assim que a atitude do monge foi vista quando o Papa se revoltou. A história mostra que a igreja estava endividada e precisava de dinheiro para não desistir de seu poder sobre o estado e o comércio de perdão. Não demorou muito para que as teses de Lutero encontrassem o favor de outras pessoas.
Mesmo sob grande exposição, os Reformadores tiveram a proteção de várias cidades e estados enquanto a igreja usava a excomunhão para fazer os governos se curvarem a sua visão. Quando Lutero, o primeiro reformador, questionou esses pontos e permitiu aos estados mais liberdade, ele ganhou apoio em sua luta. Calvino mais tarde apoiaria tal conceito, de modo que a Reforma mais uma vez traz a ideia de um governo representativo e revive a democracia.
As transformações da Reforma Protestante
Além da democracia, os aspectos mais marcantes da reforma incluem a liberdade de expressão e pensamento, a promoção da educação, a independência do Estado em relação à Igreja e muitas outras fragmentações em várias áreas, incluindo a lei: um dos exemplos é a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que foi escrita sob a influência das idéias dos reformadores.
O desenvolvimento da Reforma levou a uma transição do modelo de autoridade de uma figura humana para as escrituras. Portanto, houve um impacto direto na educação, visto que a população não sabia ler. Isso significa que esse processo dependeu de uma população que aprendeu a ler, defendeu o estudo, o trabalho e a pesquisa científica para a sociedade e o desenvolvimento humano.
No campo religioso, é importante notar que a Reforma teve três grandes pilares: a justificação pela fé somente, a posição central da Escritura e o sacerdócio universal de todos os crentes. De certa forma, a Reforma permanece atual, porque é basicamente uma questão espiritual em que a Escritura se torna o ponto central de debate; afinal, o confronto livre com as Escrituras é a centralidade e a soberania de Deus em todas as coisas.
Em suma, o movimento desafiou o autoritarismo religioso medieval, enfatizando a participação responsável dos cristãos na vida e no governo das igrejas, liderança participativa, apreço pelo trabalho e todo emprego honesto. Esses temas ajudaram a fortalecer conceitos como liberdade, democracia e solidariedade social.
Os vários reformadores e seus seguidores deram importantes contribuições nos campos da teologia, filosofia, política, sociologia e ética. E ainda podemos sentir e provar esses efeitos até hoje.
Da redação