Foto: reprodução
O I Simpósio de Medicina Legal e Perícias Médicas da Liga Acadêmica de Medicina Legal (Lamel) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) tem destaque em um dos assuntos mais importantes na atualidade. O acolhimento da mulher vítima de violência doméstica.
O evento gratuito e online que iniciou no dia 11 de outubro, reuniu um time de profissionais renomados nas áreas da saúde e perícias médicas do Estado.
Nos dias 11 e 12 foram abordados temas como a história da medicina legal no Brasil, traumatologia forense, perícia médica na pandemia, Interface da Medicina Legal com o Direito: legislação penal e processual penal, Psicologia Forense, Exame Pericial em Locais de Crime e Toxicologia Forense.
Nesta quarta-feira (13), terceiro e último dia do Simpósio, três palestras importantes encerram o evento que tem o objetivo de trazer maior conhecimento sobre o assunto. A Importância do acolhimento em casos de violência contra a mulher, a importância e as consequências do exame de corpo de delito no processo penal e Antropologia Forense.
Técnica em enfermagem atuante na UUE, formada em fisioterapia e auxiliar em Necropsia no IMOL, a Professora Tawani Alves Cardoso dos Santos, que palestrou sobre a violência contra a mulher destacou os índices agravantes.
Segundo a profissional, o Brasil é o 5º país no mundo que mais mata mulheres, com uma média de 50 mil estupros por ano, ou seja, são 50 mil mulheres violadas e desde 2017 essa marca não diminuiu.
“Estamos vivendo em uma sociedade onde as meninas muito cedo estão entrando em um relacionamento abusivo e isso não é ensinado. Elas entram em um relacionamento tóxico, o homem dá sinais de abuso e elas não sabem. O acolhimento é isso, precisamos entender o que as mantém em um relacionamento abusivo, pois é um complexo muito grande, não é sobre o simples fato de gostar de apanhar como as pessoas julgam, isso não existe”, explica Tawani.
“É neste momento que a mulher mais precisa de ajuda, e o que mais encontra é dedos apontados, julgamentos, então a mulher que se encontra nessa situação não consegue sair e quem está na mesma situação não consegue denunciar. Por isso a importância do enfrentamento, de falarmos sobre isso e lutar de frente contra essa situação”, finaliza.
Por: Bruna Silva