Só quem passou pela maré ruim da covid-19 sabe o que é dificuldade e sabe também que quando a maré vai embora, é aí que a vida começa a ser vista e vivida por olhares diferentes.
Sobreviventes de uma doença nova e um tanto quanto desconhecida, a covid-19, o pastor Afonso Barros Tadeu e a esposa pastora Sara Silva deram o testemunho de superação e como agradeceram a Deus pela dádiva da vida ajudando outras pessoas.
A luta
Foi no dia 06 de abril de 2021 por volta das 23:30 que o tormento começou na vida dos pastores. Neste mesmo horário, o pastor Afonso contou ao portal Tonogospel que passou mal e ainda no posto de saúde, descobriu que estava com suspeita de covid-19 pelos sintomas apresentados, dias depois a esposa também começou a passar mal, pelo vírus ser transmissível.
“Como demorava para fazer o teste na rede pública, uma amiga nos abençoou com o teste rápido de sangue da farmácia que eu e minha esposa fizemos na sexta-feira, dia 9, o meu deu positivo e o de minha esposa negativo. Como a febre não passava, no sábado amigos preocupados com nossa saúde nos abençoaram com o teste rápido do cotonete em que o resultado fica pronto em uma hora para confirmar se realmente eu estava com covid. O meu teste deu positivo e o dela negativo, automaticamente a clínica que nós fizemos o exame entrou em contato comigo e passou a receita com os medicamentos a serem tomados por mim e minha família em isolamento social”, explica Afonso.
Pastor Afonso e sua esposa Sara
O pastor relatou que quando passou mal com a covid-19, dois dias depois começou a luta da esposa.
“No domingo pela manhã ela amanheceu com dores no corpo e sensação forte de resfriado, como o exame dela havia dado negativo, ela tomou remédio para resfriado e na segunda se sentiu bem melhor, já eu, voltei ao UPA com muita queimação no pé esquerdo e a febre ainda não havia passado e a pressão arterial estava subindo, logo fui orientado a voltar pra casa e continuar com a medicação e repouso”, conta o pastor.
Doença agressiva
O líder evangélico conta que a partir daí a esposa começou a ficar muito mal e foi guerra em cima de guerra. “Ela começou a sentir muita dor nas costas e cansaço físico e foi à UPA. Na sexta-feira começou a febre e a fraqueza aumentou e ela retornou ao Upa novamente e teve que tomar soro com vitamina e dipirona injetável, e a médica pediu um raio-x do pulmão”, disse.
Afonso conta que no mesmo dia à noite piorou e já havia completado dez dias que não melhorava com a medicação e precisou ser internado.
Em busca do milagre
“Eu orei repreendendo o espírito da morte e fiz um voto com Deus que se eu e minha esposa sobrevivesse eu faria 100 marmitas e entregaria as pessoas carentes. Mais uma vez reforcei meu voto a Deus, pois sabia que muitas pessoas não tiveram a oportunidade que estávamos tendo, muitas famílias enlutadas, sem emprego sem ter um pão para comer, já passei por isso já fui mendigo já comi comida do lixo e sempre Deus enviava alguém para me ajudar, se hoje estou aqui é porque pessoas me ajudaram e oraram por mim, e sei que a dor da fome é desesperadora também então em forma de amor e agradecimento quero doar um pouco do que é meu para alimentar alguém”, desabafa.
Ajuda
O pastor contou à reportagem que os melhores momentos em meio a tudo era o quanto a igreja ajudava. Foram até a frente da casa dos pastores para orar e era isso que enviava forças.
Após 34 dias de tratamento os pastores ficaram curados da covid-19.
O voto
“Compartilhei com minha igreja e amigos em um culto de ação de graças que fizemos pela nossa cura o desejo de ajudar as pessoas com esse voto e para minha surpresa um exército de pessoas se uniram a mim neste projeto. Recebemos doações de alimento, dinheiro e mão de obra, todas as empresas e amigos que ouviram falar do nosso voto se engajaram conosco nesse exército, estou emocionado em compartilhar isso, recebemos ajuda de pessoas de outras cidades também, aí nasceu um novo projeto dentro desse em que todas as empresas que estava nos ajudando tinham sua propaganda nessa ação solidária”, conta.
Solidariedade
No dia 26 de agosto de 2021 o pastor e a equipe fizeram marmitas e as famílias que puderam foram até o local da entrega. Os voluntários também saíram às ruas entregando aos moradores em situação de vulnerabilidade e casas de periferia.
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“Ganhamos a cura e também a emoção a alegria de ver a alegria de cada um que recebia um pouco de comida, um pouco do nosso amor e nossa gratidão a Deus. Não espere ter muito para ajudar as pessoas, comece repartindo o seu pouco e você verá que o que era pouco para você pode ser o tudo que uma pessoa vai ter naquele dia. Espalhe amor, o mundo precisa de amor porque em Deus temos a esperança de dias melhores”, finaliza.
Por Bruna Aquino