Nesta terça-feira (20), o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, comentou que o governo não pode ficar de braços cruzados com a expulsão de brasileiros em Angola. Em maio deste ano, missionários da Igreja Universal do Reino de Deus foram deportados do país africano de forma ilegítima.
Durante uma viagem de três dias a Angola, Mourão explicou que participou da reunião da CPLT (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), na sexta-feira (16) com o presidente angolano João Lourenço e pediu a intermediação para resolver o conflito na igreja.
"Na orientação que eu recebi (do presidente Jair Bolsonaro) de maneira geral era para conversar também sobre esse assunto. Noventa e nove brasileiros foram expulsos de Angola e isso não é uma coisa simples. Então a gente tem que conversar sempre a respeito. Imagine se 99 jornalistas fossem expulsos de um país. O governo aqui ia cruzar os braços? Não, então é a mesma coisa", afirmou o vice-presidente a jornalistas, em Brasília.
No último ano, bispos e pastores da Universal sofreram violência e ameaças em Angola. Em maio, integrantes da igreja foram expulsos em ações de perseguição religiosa e política, que violam tratados internacionais e os direitos humanos. Um grupo dissidente trabalha de maneira ilegal para assumir controle do patrimônio da igreja construído durante anos.
"Por enquanto, não há nenhuma resposta a respeito disso. Não é questão de estar otimista. É uma questão apenas das partes sentarem e acertarem relação a patrimônio que existe lá, essas coisas que têm que ser levadas a bom termo dentro da metodologia que a boa diplomacia coloca", avaliou o vice-presidente.
Mourão disse ainda que se reuniu nesta terça-feira (20) com o presidente Jair Bolsonaro para apresentar o relatório sobre a viagem. "Apresentei relatório da Missão, da Reunião da CPLT, assim como as reuniões bilaterais que foram realizadas com Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné, com o representante do secretário-geral da ONU. Passei todos os dados ao presidente", informou.
No dia 11 de julho, o presidente Jair Bolsonaro já havia saído em defesa da igreja evangélica em Angola, pedindo proteção aos membros que estão sofrendo perseguição por dissidentes, que foram desligados por causa de conduta moral.
Por: Rhajjah Benites