“A Quinta Gospel é dos evangélicos”. Essa foi a declaração do prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), sobre a polêmica envolvendo a recomendação do Ministério Público Estadual para que a Fundação Municipal de Cultura (Fundac) abra espaço para apresentação de artistas de outras religiões. A declaração foi feita na edição do evento nesta quinta-feira, 14 de agosto, como parte da comemoração dos 115 anos de Campo Grande. O evento foi aberto pelo ministro e pastor Jota Júnior e teve como atração nacional a cantora Cassiane.
Sobre a recomendação do MPE, a diretora-presidente da Fundação, Juliana Zorzo, esclareceu ao ToNoGospel, que existem duas leis que amparam a realização dos shows da Quinta Gospel para os evangélicos. Uma delas institui a música e manifestações gospel como cultura, logo, podem ser financiados pelo poder público. A outra estabelece a realização do evento “Quinta Gospel”. Em ambos os casos, a lei contempla o público evangélico- cristão. A resposta será dada através da Procuradoria Geral Municipal. “Nós como executivo nós temos que resguardar a lei da melhor maneira possível. Então o entendimento é claro, a lei é muito clara. Vamos enviar toda documentação que nós temos para o Ministério Público, explicando e mostrando que estamos fazendo tudo corretamente, e de acordo com a lei”, responde.
A Quinta Gospel nasceu de um culto promovido pela 1ª Igreja Batista na área central da Capital. O movimento cresceu tanto que acabou tornando-se lei para atender o povo cristão. “Nós não somos contra nenhuma religião, nós não somos preconceituosos, então se faça outro dia para cada segmento. Nós nunca deixamos de apoiar outros movimentos religiosos, independente de lei ou não, por que nós precisamos resguardar a laicidade do Estado”, justifica Juliana Zorzo.
A proposta anterior á Quinta Gospel está prevista na Lei n° 5016, aprovada e promulgada em dezembro de 2011, onde ficam reconhecidos as manifestações culturais a música e eventos gospeis na cidade de Campo Grande, podendo o poder público “apoiar os eventos ligados ao universo gospel, inclusive autorizando o uso de espaços públicos”.
Caso os movimentos de outras religiões queiram espaços semelhantes como a Quinta Gospel, a diretora- presidente da Fundac recomenda buscar amparo no legislativo, junto aos vereadores da Câmara Municipal. “A lei vem de acordo com a demanda da sociedade. Então nós estamos no aguardo e recomendando que esses outros movimentos vão até a Câmara, converse com o legislativo, façam novas leis que se assim aprovadas, nós vamos estar executando também”, disse. Nesta ano, a Quinta Gospel contou com uma edição, em julho, onde houve a apresentação de uma banca católica nacionalmente reconhecida, a Rosa de Saron, mas negou o pedido de apresentação da cantora espírita, Rita Ribeiro, com a justificativa de que não se enquadraria na proposta do projeto.