‘Encontrei Deus em meio ao caos’ testemunha Fabrinny, após perder o pai para a Covid-19

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Em um vídeo compartilhados em suas redes sociais, Fabrinny Piell está emocionando a muitos com o seu testemunho sobre o processo do luto, após o falecimento de seu pai, devido à Covid-19.

“Foi necessário passar por alguns processos do luto, para eu estar bem hoje, para eu entender um pouco melhor essa situação”, relatou. “O luto precisa ser vivido, tem as suas fases e a gente precisa viver esse processo.” Fabrinny estava com o pai em uma quinta-feira pela manhã, quando ele começou a se sentir mal e pediu para ir até o hospital, no dia 02 de fevereiro desse ano. Quatro dias depois, ele veio a óbito.

“O médico me perguntou [no hospital] se eu queria ver o meu pai. Eu até estranhei, porque até então, eu nunca ouvi de alguém próximo falar que deixaram entrar na UTI para ver algum familiar. Mas ele me deixou entrar, então eu pude ver o meu pai, todo entubado, gelado, inchado, e esse foi o último momento que eu vi o meu pai. Foi o último contato que eu tive com ele.” contou. “Na segunda ele ainda teve uma piora, e na terça de manhã ele teve um infarto fulminante e veio a óbito, num processo muito rápido.”

A rapidez da situação foi o que, segundo Fabrinny, mais a abalou, e é sobre isso que ela comenta no relato. “O que eu quero compartilhar é exatamente esse ponto, do óbito até o sepultamento, que foi questão de duas horas.”

No vídeo, Fabrinny revela que o óbito foi as 11h e o enterro às 17h do mesmo dia. Outro ponto destacado no vídeo é o novo formato de funeral que foi estabelecido durante a pandemia, com número limitado de pessoas, distanciamento e caixões lacrados. “Eu pude entender o quão importante é, cada passo do processo do luto. Porque estamos vivendo essa forma surreal de perder alguém, e não poder ter contato com familiares, as pessoas não poderem estarem presentes. É um número muito limitado de pessoas que podem participar do enterro, com distanciamento, e o caixão lacrado com cimento.” disse.

Após todo o trauma do falecimento, Fabrinny revela como foi o seu processo de luto. “Eu estava num ciclo frenético de trabalho, porque eu não queria desacelerar a minha mente, eu não me permitia desacelerar. Porque todas as vezes que eu fechava o meu olho, que eu deitava na minha cama, a única cena que vinha era o meu pai na UTI, e aquilo me dava pavor e me dava raiva. Eu não estava com raiva pela morte do meu pai, nem pela forma que foi. Eu estava com raiva de vivenciar todo segundo, essa cena na minha cabeça.” contou.

Quando percebeu que precisaria finalizar esse processo para seguir em frente, Fabrinny enfrentou a situação novamente para encontrar a sua cura. “Eu precisei fazer um caminho de volta, eu precisei expressar o que eu estava sentindo, eu precisei vivenciar aquele momento de novo, eu precisei fazer uma entrega. Eu entreguei o meu pai para Jesus, eu entreguei todo aquele momento para Jesus, e foi muito bom, porque eu não sinto mais essa raiva, eu não sinto mais aquele peso que estava comigo.”

“Existe um lugar de amparo, existe um lugar de refúgio, aonde você pode ser você, aonde você pode falar dessa raiva que você está sentindo, tudo que está preso de toda a sua dor… Existe um lugar. O meu desejo e a minha oração é que todas as famílias que estão passando por esse momento agora, que todos os enlutados sintam isso que eu experimentei… que todas essas famílias que tem passado por choro, por luto, por desespero, que encontrem esse lugar de refúgio, encontrem Deus no meio do caos.” concluiu.

 

Por: Rhajjah Benites