Conectividade ao mundo virtual pode causar dependência

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Nomofobia é o vício da geração do século XXI. O termo “No-Mobile”, tem origem na língua inglesa e significa “sem celular”. Trata-se de uma doença psicossomática com a presença de fobia e/ou sensação de angústia que surge quando alguém se sente impossibilitado de se comunicar ou sem contato. Daí a expressão “Nomofobia” ou fobia de ficar sem um aparelho de comunicação móvel.

A dependência de comunicar seja através de um celular, smartphone, netbook ou notebook, se tornou um problema para os brasileiros. O novo comportamento interfere na vida cotidiana, seja no aprendizado, profissionalmente e até mesmo nos relacionamentos.  A estudante Marielyn Cristina, de 27 anos confessa ter esta dependência. "Eu fico praticamente 24 horas no celular. Quando acordo a primeira coisa que pego é ele, durante o dia não me desgrudo e a noite me levanto para ir ao banheiro ou tomar uma água, é inevitável dar uma olhadinha pra ver se houve alguma nova atualização no face e no whats. Tenho medo até de morrer e não conseguir postar antes”, diz Marielyn se referindo as redes sociais do Facebook e Whatsapp.

A Nomofobia pode gerar inúmeros transtornos tais como estresse, ansiedade, nervosismo, dores de cabeça e/ou no estomago, compulsão por alimentos e até mesmo coceira, sintoma este semelhante à de dependentes químicos durante período de abstinência.

O tema é frequentemente debatido por pesquisadores do Instituto de Psiquiatria da USP – Universidade de São Paulo, que possui 10 programas de tratamentos a transtornos compulsivos, sendo o mais procurado a compulsão pela internet. Para a psicóloga Sônia Andrade, a geração do século XXI aprende a se comunicar online desde cedo e tem acesso a diferentes meios de informação e em grande escala. “Habilidades estão sendo construídas! O imediatismo da internet, a eficiência do iPhone e o anonimato das interações em chat tornaram-se ferramentas poderosas para a comunicação e até mesmos para os relacionamentos. Dessa forma, existe uma clara necessidade de integração eficiente das áreas de educação e tecnologia”.

Sônia explica que a exposição à tecnologia pode estar lentamente remodelando nossas vidas. “O usuário acaba ficando nervoso e impaciente, podendo desenvolver problemas cardíacos. Enfim, para podermos caracterizar uma dependência de celular  ou de qualquer outra tecnologia é preciso que o usuário tenha algum tipo de sofrimento direto ou indireto relacionado a algum destes, além de também sentir grande dificuldade em livrar-se desse hábito. Se por um lado a modernidade interliga pessoas a quilômetros de distância, também pode levar ao isolamento do mundo do ponto com, ponto br. Se isso estiver acontecendo, o importante é procurar a ajuda profissional “orienta.

De acordo com o Pr. Antonio Dionizio, presidente da Assembleia de Deus Missões, a tecnologia tem os seus benefícios e também suas restrições, pois o seu uso tem que ser avaliado pelo equilíbrio, assim como todas outras ferramentas que estão disponíveis ao ser humano. “A tecnologia é fundamental, desde que saibamos usar no caso da internet, pois existem pessoas que ficam navegando quase que a noite inteira perdendo assim o diálogo com familiares e amigos por causa das redes sociais, tornando- se viciados em estar conectados ao mundo virtual”, ressaltou.

Não se pode negar que a tecnologia voltada para comunicação tem evoluído, porém ao mesmo tempo em que a internet tem conectado pessoas de lugares distantes no planeta, também isolam pessoas que ficam vivendo de forma virtual.

Devido a sua experiência pastoral, o Pr. Antonio Dionizio destaca que por causa da conectividade virtual muitas famílias têm sofrido o isolamento e a falta de troca de informações, “quantas famílias eu vejo ai que os filhos se isolam em um quarto para viver no seu mundo virtual e não conseguem viver sem estar neste “mundo” tornando isso o seu “deus”, pois colocam estar conectados na internet como sua maior prioridade”.