Projeto social de igreja cria moeda própria e mercado para distribuir doações.

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Pensando em uma forma diferente de contribuir com pessoas em necessidade, a Igreja Evangélica Pentecostal Ministério Sião, em Santa Cruz do Sul (RS) criou uma espécie de "mercado" e moeda própria para que as pessoas possam "comprar" os itens que necessitam.
Pareceu confuso? Mas não é não. A ideia é simples e funcional. Segundo um dos responsáveis pelo projeto, Luander Oliveira, a iniciativa busca dar uma certa autonomia para quem está recebendo as "doações". “A ideia é fazer com que a pessoa resgate a sua dignidade, pois ela não vai simplesmente receber uma cesta básica doada. Ela pode escolher quais produtos mais necessita e levá-los para a sua casa”, explica ele. 

A inovação ajudou a ampliar também a capacidade de atendimento e a desestimular o desperdício, já que existe um cadastro dessas pessoas que recebem entre 20 e 35 solidários (nome da moeda criada para o projeto) para gastar. A quantia muda conforme o número de integrantes de uma família. “A grande maioria dos produtos custa na faixa de 1 Solidário, assim é possível fazer uma boa compra com a cota mensal de crédito”, explicou Oliveira. Assim, é possível que a pessoa adquira o que mais precisa e o material arrecadado para doação acabe chegando as pessoas de uma forma mais certeira, suprindo de fato as necessidades delas. "Não vai ser uma cesta básica fechada. Muitas vezes, há alimentos que não são consumidos e acabam sendo desperdiçados”, explicou Oliveira.

O projeto também conta com uma loja de roupa toda de doação, com divisões por sexo, tamanhos, tipos de peças e até coleções, o que permite à pessoa atendida pelo projeto a possibilidade de resgatar com seus solidários somente o que realmente vai servir. Segundo os organizadores, no começo será somente uma necessidade que foi atendida, mas a longo prazo o conceito de consumo responsável vai se disseminando.

Luander Oliveira contou que Itens como óleo de soja e o arroz custam apenas 1 solidário no “mercado” do projeto. E o projeto ainda conta com itens de higiene pessoal à disposição. “Estes são itens que nem sempre fazem parte de uma cesta básica, mas representam uma despesa grande no orçamento doméstico das famílias”, finalizou o Oliveira.

 

Por: Tatyane Cance