Nem mesmo a noite fria de segunda-feira espantou os músicos de participar do “Gretsch Day”, realizado no Teatro Dom Bosco, em Campo Grande. O público, formado na maioria por bateristas jovens, compareceu para conferir de perto a performance de três grandes artistas desse instrumento de barulhos indefinidos: Bolha Batera, Cuca Teixeira e Alexandre Aposan.
O primeiro a apresentar o talento foi Bolha Batera. Emocionado, contou sua trajetória no mundo da música. Começou a tocar bateria aos 13 anos. Aos 17, quando foi trabalhar em uma firma de som acabou caindo na noite de Campo Grande. Começou a se apresentar como free lance com duplas sertanejas e grupos de pagode. Participou da Banda Zuka, formada também pela hoje conhecida dupla, Bruninho e Davi. Bolha tocou por 4 anos com a banda do cantor sertanejo Michel Teló e participou da gravação de todos os DVD’s da carreira solo de Teló. Esteve também na última turnê por 18 países com o cantor sertanejo. A próxima apresentação de Bolha será no dia 26 de junho, na Quinta Gospel, com a cantora Fernanda Brum.
O segundo a se apresentar no Festival de Bateria foi Cuca Teixeira. Com 25 anos de carreira, há 10 está com a cantora secular Maria Rita, filha de Elis Regina. Cuca também trabalhou com a cantora Paula Lima. O solo livre de Cuca contou com a levada do jazz e samba. Filho de pais músicos, Cuca confessou ainda estudar técnicas de como tocar bateria para justamente fugir delas e disse que sempre está em busca de coisas diferentes.
A terceira e mais aguardada apresentação ficou por conta de Alexandre Aposan, baterista desde 2011 da banda de rock gospel, Oficina G3. O músico trabalhou com artistas do naipe de Paulo César Baruk, Pregador Luo e participou da gravação do DVD de Thalles Roberto. Com músicas do último álbum “Histórias e Bicicletas” do Oficina, Aposan surpreendeu o público com seu trabalho solo “Alexandre Aposan Ao Vivo” de 2013 e do “Entre Irmãos”, além de cinco músicas inéditas.
Em entrevista ao ToNoGospel Alexandre lembra que o dom para tocar um instrumento como a bateria vem der beco. “Acho que o talento e o dom é meio aquela ‘paradinha’ especial que todo mundo fala, o talento e o dom você não ensina acho que é uma coisa que vem naturalmente com você mas todo mundo pode”, declarou.
Para mostrar que o interesse em aprender pode ser maior do que qualquer obstáculo, o músico lembrou de Jonatas Bastos, do Rio de Janeiro. Mesmo sem os braços, o garoto tornou-se multi instrumentista capaz de tocar solos de guitarra, piano e bateria usando a força de vontade e outras partes do corpo como auxílio como queixo e pescoço.“E a gente tá aqui com os membros perfeitos e fala ‘ah, não consigo, vou desistir’. Acho que essa galera que nasce com uma certa deficiência tem um lance pela superação que ás vezes a gente não tem, e acaba se acomodando. Então o lance : é todo mundo pode tocar? Todo mundo pode tocar. O cara que não tem braço consegue tocar. É o lance de você correr atrás do seu sonho e ir pra cima, não desistir”, reforça Aposan.
O baterista não quis adiantar as novidades de seu trabalho e do Oficina G3, mas deixou claro: “Mas vai vir coisa algumas coisas aí, vai vim novidade sim, só não posso falar, se eu falar eu arrumo briga lá na banda, mas tem coisa nova pra vir aí”, disse antes da apresentação com exclusividade ao ToNoGospel.