Fazer o bem sem olhar a quem. É assim que trabalham o grupo cristão Sentinelas de Cristo contra o suicídio em uma das pontes mais famosas de Natal, no Rio Grande do Norte.
A ponte Newton Navarro é o cartão postal da cidade, mas ao mesmo tempo em que encanta pela beleza, desde sua inauguração, o local é o mais escolhido pelas pessoas que querem tirar suas próprias vidas.
Preocupados com essa triste realidade, o pastor Rubens Medeiros decidiu mobilizar pessoas e colocar em prática um projeto que está chamando a atenção de todo o Brasil: Os Sentinelas de Cristo. A iniciativa tem gerado um resultado surpreendente e tem ajudado a salvar milhares de vidas todos os anos.
Pastor Rubens Medeiros – Foto: reprodução
O pastor Rubens concedeu entrevista a reportagem do ToNoGospel e contou como surgiu e já tem centenas de voluntários.
“Esse trabalho surgiu de um sonho, uma vez sonhei que meu filho pulava da ponte, como a ponte foi construída desde 2007, desde a inauguração já havia pulado uma pessoa. Fiz os cálculos, e pensei que aos 15 meu filho poderia ser atingido por esse mal. A gente só acorda quando a dor começa em nossos filhos e entes queridos, e eu entendi que Deus quis que eu sentisse a dor das famílias para que eu começasse um grande projeto como esse”, conta.
De acordo com o líder do projeto, que deu início aos trabalhos em abril do ano passado, os voluntários são divididos em pequenas equipes e são distribuídos em pontos específicos da ponte com plantões de quatro em quatro horas. Lá eles evangelizam quem passa pela ponte e dão suporte para quem tenta se suicidar.
Segundo o pastor, mais de 2 mil pessoas já foram salvas do suicídio durante o projeto e um milhão de pessoas que já passaram pela ponte foram evangelizadas pelos Sentinelas. No entanto, desde a inauguração da ponte em 2007, mais de 7 mil pessoas morreram.
“A importância de uma ação como é essa é que primeiramente a gente salva uma vida física e também espiritual”, disse.
Voluntário do Sentinelas de Cristo – Foto: reprodução
Agora os esforços estão para colocar telas de proteção na ponte onde ficam os pedestres para evitar acidentes e mais suicídios.
PANDEMIA
Mesmo na pandemia e com o time reduzido de sentinelas, o pastor Rubens conta que o trabalho não parou.
“A pandemia afetou nosso trabalho, diminuiu um pouco o efetivo dos sentinelas, sempre tem aqueles que ficam até o final, mas nós modificamos, aumentamos o horário de cada um, estamos nos esforçando mais e está dando certo”, disse.
Estar coordenando um projeto como esse, segundo Rubens é algo inimaginável. “É a sensação de dever cumprido e estar agradando a Deus, de estar fazendo a coisa certa e que Deus está aprovando. Não existe a sensação melhor de você fazer algo sabendo que Deus está batendo palmas e está aprovando o que você está fazendo”, finaliza.
Foto: reprodução
Por Bruna Aquino