Maria é o nome fictício para a personagem dessa história da vida real; uma adolescente de 14 anos, moradora de um bairro da periferia de Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul que tomou a triste decisão de cometer suicídio por duas vezes, no mesmo dia, e foi socorrida pelo amor de Deus.
Maria, é mais uma de muitas meninas espalhadas pelo Brasil que são obrigadas a conviver com uma perturbada relação em família.
Filha de pais separados, antes de conhecer Jesus, Maria chegou a morar com a mãe, mas sentia que sua mãe não lhe dava a devida atenção e por diversas vezes se sentia sozinha. Como não tinha o amor da mãe e tão pouco do pai, resolveu preencher o vazio da solidão com bebidas, cigarros, em festas e até mesmo em outras pessoas.
Como não era bom o seu relacionamento com a mãe, decidiu morar com o pai, que era alcoólatra e com os avós.
Sua vida começou a mudar quando recebeu o convite para ir a uma célula. “De início não senti a vontade de ir para a igreja, mas havia um desejo de conhecer a célula”, lembra.
Foi na célula que Maria teve o primeiro contato com Deus e foi tocada pelo Espirito Santo, “senti a presença de Deus e senti que precisava mudar”.
Mesmo frequentando a célula a rotina de Maria não mudou. Festas, bebidas, cigarros… a página virou para Maria, e mesmo tocada pelo Espirito Santo, ela tentou o suicídio.
“ Parecia que havia me esvaziado das coisas ruins, mas não havia me enchido de Deus”
Na tentativa de apagar a dor que sentia por dentro, Maria chorava muito e se cortava por diversas vezes, mas sem o interesse de chamar atenção, felizmente todas as tentativas foram frustradas, e isso, só aumentada sua dor.
“Eu via muitas pessoas ao meu redor, mas parecia que ninguém me via”. Minha mãe chegou a ver tudo o que eu estava fazendo, mas não fez nada.
No dia em que tentou cometer suicídio, a jovem Maria, chegou a ir na igreja, mas não conseguiu ouvir a palavra e parecia que algo estava tampando seus ouvidos.
“Várias pessoas diziam que eu era uma menina bonita e que não tinha problemas, mas eu tentei me matar”
Na primeira tentativa Maria tomou 84 comprimidos para diabete e depois de ter vomitado muito e ter percebido que nada havia acontecido, ou seja, de que ainda estava viva, ela tentou pela segunda vez tomando mais 70 comprimidos.
Os médicos disseram que foi um milagre. Segundo os médicos sua veia só dilatou dois centímetros e se ela não tivesse vomitado os comprimidos, não suportaria a pressão.
Maria conta que vomitava muito e toda vez que acordava só sabia vomitar.
O desejo de morrer era tão grande que Maria escreveu uma carta pedindo somente a presença do avô, caso precisasse de ajuda, e não gostaria que ninguém soubesse da dor que sentia e que era vergonhoso demais tudo que estava passando.
Para tristeza de Maria, um amigo ficou sabendo do que havia acabado de acontecer e chamou os pastores da igreja. Os pastores foram os primeiros a chegar no hospital, juntamente com o amigo, e outras pessoas.
Maria ficou surpresa e feliz com a chegada dos pastores e foi nesse momento que percebeu que não estava sozinha e que sua vida tinha valor para Deus.
Duas semanas depois de tentar cometer suicídio, Maria foi ao Encontro com Deus, um retiro da igreja e foi nesse encontro com Deus que ela foi liberta.
“Eu senti que havia algo prendendo as minhas mãos quando cheguei ao Encontro, mas logo depois que oraram por mim, e eu decidi abrir o meu coração e fui liberta daquela opressão. ”
No segundo dia do Encontro, a jovem Maria, foi batizada pelo Espirito Santo e começou a falar em outras línguas por várias horas.
Hoje, além do batismo com o Espirito Santo, Maria foi batizada nas águas e diz não sentir mais a tristeza e o vazio que havia em seu coração.
Após ter recebido uma nova vida em Cristo Jesus, Maria foi ao encontro dos seus familiares e o seu pai foi o primeiro impactado com a mudança, tanto é que deixou de frequentar bares e começou a mudar seu comportamento com a filha.
Maria decidiu procurar a mãe e pedir perdão por todo o transtorno que havia cometido, e hoje, estão conversando normalmente.
Infelizmente, em virtude da quantidade de remédios que ingeriu, Maria ainda sente forte dores no estômago.
Para Maria, no fim dessa história fica o aprendizado e a certeza de que nunca mais cometerá o mesmo erro e que Jesus é tudo o que ela precisa.
“Fechei os meus olhos para o mundo e só quero viver para Deus”, finaliza.
Por Gildo de Souza
*Foi preservado o nome e imagem da jovem de 14 anos.