Revista Veja volta a atacar bancada evangélica em reportagem de capa.

Compartilhe:

Na sexta-feira (3), a revista Veja decidiu atacar a bancada evangélica em sua matéria de capa. Já no início, a reportagem critica o fato dos parlamentares realizarem um culto antes de suas atividades diárias.

Depois, afirma que foi a Frente Evangélica da Câmara que fez pressão no presidente Jair Bolsonaro para que esse negasse a criação de um novo imposto para as igrejas. A reportagem traz poucas falas de integrantes da bancada, segundo o site Pleno News.

Entre elas, a defesa do estado de Israel pelo deputado Pastor Eurico (PATRI-PE) e um bordão do deputado Pastor Sargento Isidório (Avante-BA).

“Minha missão é esquentar a frente para ela não virar frente fria”– declarou Isidório.

BANCADA EVANGÉLICA
A bancada evangélica no Congresso Nacional é composta por cerca de 200 parlamentares e tem 1798 pautas em discussão. Ela é liderada pelo deputado federal Silas Câmara (PRB-AM). A Veja afirmou que ele (e outras lideranças) “não tem sua lealdade com caciques políticos, mas com pastores e bispos”, em tom de crítica.

Sobre uma entrevista feita com o líder da Frente, a revista se ateve a publicar um telefonema que ele recebeu do pastor Manoel Ferreira, da AD Madureira, e uma fala breve sobre as intenções dos parlamentares.

"Existem hoje 13 milhões de desempregados; pelo menos 98% deles são cristãos. A nossa pauta é trazer o Brasil aos trilhos do desenvolvimento" – disse Câmara.

REPERCUSSÃO
Após a publicação, a reportagem causou uma onda de revolta em diversos leitores. Alguns lembraram da matéria sobre a saída da ministra Damares Alves do cargo, desmentida pela governista.

Mesmo em meio a críticas, a revista reconheceu que o segmento evangélico tem grande peso na política atual. Ela afirmou que “o prestígio político evangélico nunca esteve tão alto”.

“Antes das eleições de 2018, analistas eram céticos ante a perspectiva de que um dia o Brasil tivesse um presidente evangélico: a agenda, muito centrada em costumes e questões morais, nunca fora fundamental para um candidato viável ao Executivo. Jair Bolsonaro, um católico, mudou esse paradigma. Os políticos evangélicos gostam do presidente, mas já sonham com sua sucessão” – afirma a Veja.