“Prefiro morrer que abandonar minha fé” disse pastor que foi morto por não negar a Cristo

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Pastor Pierre Ouit, de 80 anos, passou 40 anos servindo a sua igreja e a comunidade de Sirgadji na província de Souk, no nordeste de Burkina Faso. Em 28 de abril, ele se reuniu para o culto com sua congregação no país da África Ocidental. E como todo domingo, ele pregou a Palavra de Deus com sabedoria.

Mas logo após o culto, um domingo que parecia ser comum de repente se tornou mortal e um prédio da igreja onde os fiéis acabavam de se reunir tornou-se uma cena de crime.

MORTO POR SEGUIR JESUS

Por volta das 13h, enquanto o pastor Pierre ainda estava conversando com vários fiéis no salão da igreja, uma dúzia de homens em motocicletas invadiram a área.

Um líder local que quer permanecer anônimo disse ao World Watch Monitor “Os agressores pediram aos cristãos que se convertessem ao islamismo, mas o pastor e os outros se recusaram”.

Alegadamente, os agressores reuniram o pastor Pierre e os outros cinco cristãos debaixo de uma árvore e confiscaram suas Bíblias e telefones celulares.

“Então eles os chamaram, um após o outro, atrás do prédio da igreja, onde os mataram”, disse o líder.

Além do pastor Pierre, os agressores mataram seu filho, Wend-Kuni, e seu cunhado (um diácono da igreja), Zoéyandé Sawadogo, assim como os adeptos Sayouba e Arouna Sawadogo, e um professor de escola primária, Elie Boena. Outro foi gravemente ferido e levado para um hospital próximo.

Os homens então colocaram fogo no prédio da igreja e em duas motos. Antes de saírem, eles roubaram ovelhas e um saco de arroz da casa do pastor Pierre.

O pastor e seus cinco fiéis foram enterrados no mesmo dia em uma cerimônia que atraiu pessoas de comunidades cristãs e muçulmanas. O pastor deixa para trás sua esposa e seis outras crianças.

Outros moradores relataram que no dia seguinte os mesmos atacantes (alguns deles conhecidos pelos moradores da vila como “jovens que foram radicalizados”) voltaram para a aldeia “em busca de cristãos”.

As fontes dizem que os grupos armados podem agir com impunidade por causa da falta de aplicação da lei na área do país da África Ocidental.

“EU PREFERIA MORRER DO QUE SAIR”

Anteriormente, o pastor Pierre disse aos parentes sobre suas preocupações com a deterioração da segurança na região, embora não houvesse incidentes em sua aldeia.

O líder da comunidade disse que quando ele e outros aconselharam o pastor a deixar a área, ele se recusou, dizendo que "preferiria morrer por sua fé a deixar a comunidade que ele tem servido por 40 anos".

Nos últimos meses, mais de cem cristãos fugiram da área, indo mais para o sul, a mais de 65 quilômetros de distância. Em fevereiro, homens armados que se acredita serem militantes islâmicos mataram um líder da igreja na região sudeste de Nohao, quando ele voltava de Togo.

A violência do último domingo em Burkina Faso, que tirou a vida do pastor Pierre e seus cinco fiéis, parece ter sido o primeiro ataque, especificamente em um prédio da igreja, no qual os fiéis em Burkina Faso foram mortos por extremistas islâmicos.

Pastor Pierre Ouédraogo (Foto: World Watch Monitor)