Apontada como mandante do assassinato do próprio marido, a pastora e deputada Flordelis está cada vez mais perto de perder o seu mandato político, em decorrência das acusações, apesar de negar que tenha participado, mas declarando que sabia de um plano para o crime.
O pastor Anderson do Carmo foi morto a tiros na garagem de sua casa, em Niterói, no dia 16 de junho de 2019. Sua esposa, Flordelis, e mais 10 pessoas, entre elas filhos adotivos e biológicos, são réus no processo que investiga os responsáveis pelo crime. A pastora acusa a filha adotiva, Marzy Teixeira da Silva de convencer o irmão Lucas Cézar dos Santos a matar o pai adotivo.
Flordelis não foi presa porque possui imunidade parlamentar, com isso, a Procuradoria de Justiça deu parecer favorável ao afastamento da deputada do cargo. Para a procuradora Maria Christina Pasquinelli, a pastora e cantora gospel pode usar sua posição legislativa para interferir no desenrolar do processo.
“Dada a função exercida pela recorrida [Flordelis] e considerando a rede de relacionamentos travados durante o cumprimento de seu mandato, tem ela meios e modos de acessar informações e sistemas, abrindo-se-lhe um leque de oportunidades para descobrir paradeiros, moradias e locais de trabalho de testemunhas arroladas no processo.” escreveu Pasquinelli.
A juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, já havia determinado no ano passado que Flordelis fosse monitorada por tornozeleira eletrônica, mas negou o pedido para o afastamento de suas funções. O promotor Carlos Gustavo Coelho de Andrade recorreu ao Tribunal de Justiça, agora a decisão cabe aos desembargadores da 2ª Câmara Criminal.
Na última semana, o relator do processo em 2ª instância, desembargador Celso Ferreira Filho, determinou que o julgamento do recurso seja colocado em pauta. A data, entretanto, ainda não foi marcada.
Para que a parlamentar seja afastada do cargo, é necessário também que o plenário da Câmara dos Deputados vote favorável à cassação do mandato. Nesta segunda-feira (18), a deputada federal Carla Zambelli cobrou o presidente da Casa, Rodrigo Maia, a respeito do andamento do processo. De acordo com ela, o parecer está pronto desde 12 de outubro.
Por: Rhajjah Benites