
Setor cresce com força nas plataformas digitais, eventos ao vivo e impulsionamento de novos artistas independentes
O mercado da música gospel no Brasil segue em plena expansão e, em 2025, deve ultrapassar a marca de R$ 1,2 bilhão em faturamento, segundo estimativas de especialistas da indústria fonográfica e dados preliminares da Associação Brasileira da Música Independente (ABMI). O segmento, que historicamente ocupava um nicho específico dentro do mercado musical, se consolidou como uma das forças mais lucrativas do entretenimento nacional.
O crescimento tem sido impulsionado por uma combinação de fatores: aumento do consumo nas plataformas digitais, profissionalização dos artistas e gravadoras, além da forte presença do gospel em grandes festivais, redes sociais e transmissões ao vivo. O streaming continua sendo a principal fonte de receita, com nomes como Aline Barros, Gabriela Rocha, Eli Soares, Midian Lima e o grupo Preto no Branco figurando entre os mais ouvidos do país.
Streaming e redes sociais: os motores do sucesso
Com mais de 20 milhões de ouvintes mensais somados entre os principais nomes do gênero no Spotify e YouTube, a música gospel conquistou públicos além das igrejas. Canais especializados no YouTube ultrapassam bilhões de visualizações, enquanto conteúdos no TikTok e Instagram contribuem para viralizar trechos de louvores e pregações musicais.
“O gospel tem uma audiência fiel e altamente engajada. Isso gera um consumo contínuo, não apenas em lançamentos, mas também em músicas antigas que continuam relevantes”, explica Rafael Lima, analista do mercado musical e produtor de artistas cristãos.
Shows e eventos ao vivo voltam com força total
Outro ponto alto do faturamento em 2025 são os eventos ao vivo. Festivais como Jesus Vida Verão, Som Gospel Brasil e a Marcha para Jesus atraem centenas de milhares de pessoas, movimentando não apenas ingressos, mas também patrocínios, vendas de produtos e turismo local. Muitas igrejas também têm adotado estruturas profissionais para grandes apresentações, que se tornam verdadeiros espetáculos de adoração.
Artistas independentes e gravadoras em equilíbrio
O avanço das plataformas digitais também permitiu o surgimento de novos nomes fora dos grandes selos. Artistas independentes agora conseguem lançar suas músicas, clipes e até turnês com apoio direto dos fãs. Ao mesmo tempo, gravadoras tradicionais do meio gospel, como MK Music e Sony Music Gospel, continuam investindo pesado em produção e divulgação, garantindo alta qualidade e alcance global.
Panorama para os próximos anos
Especialistas apontam que o mercado gospel deve continuar crescendo de forma sustentável. O fortalecimento de plataformas próprias, como rádios e selos cristãos, somado à fidelização de uma audiência que consome não apenas música, mas conteúdo devocional e motivacional, é visto como uma vantagem competitiva.
“A música gospel hoje é parte essencial da indústria do entretenimento no Brasil. Não é apenas sobre fé, é também sobre qualidade, identidade cultural e conexão emocional”, afirma Luciana Rocha, pesquisadora da Universidade Federal de Goiás que estuda o impacto cultural da música cristã.