Uma procissão religiosa que celebrava a Páscoa terminou em tragédia na cidade de Billiri, no estado de Gombe, Nigéria, na última segunda-feira (21). Um caminhão carregado de grãos invadiu a multidão de fiéis, matando cinco pessoas e ferindo outras vinte, que foram levadas ao hospital.
O incidente aconteceu durante uma tradicional passeata cristã que marca o fim da Semana Santa. De acordo com testemunhas, o veículo avançou silenciosamente sobre os fiéis, sem qualquer sinal de alerta. “Não houve buzina, não houve aviso. O caminhão simplesmente entrou na multidão como se fosse de propósito”, relatou Usman, morador local que presenciou o momento.
A polícia afirmou que a tragédia foi causada por uma falha nos freios do caminhão, caracterizando o caso como acidente. No entanto, líderes cristãos e sobreviventes contestam essa versão e denunciam que se tratou de um ataque deliberado contra a comunidade cristã da região.
“Isso não foi um acidente. Foi um ataque planejado. A procissão acontece há anos e sempre notificamos a polícia com antecedência. Onde estavam eles quando tudo aconteceu?”, questionou Yusuff Haskee, ex-presidente da Associação Cristã da Nigéria no estado de Gombe, durante entrevista à rádio local.
A jovem Madeline, uma das sobreviventes, descreveu a cena como um pesadelo. “Me afastei por um instante para atender o celular. Quando voltei, era um filme de terror. Pessoas gritando, corpos no chão… foi horrível”, contou, emocionada.
Indignados com o ocorrido e com a fuga do motorista, jovens da comunidade incendiaram o caminhão e iniciaram buscas por conta própria. A polícia interveio e impediu a ação dos moradores, gerando ainda mais revolta.
O caso acontece em meio a uma série de ataques contra cristãos durante a Semana Santa na Nigéria. Segundo organizações de direitos humanos, 126 cristãos foram mortos e cerca de 7 mil ficaram desabrigados no mesmo período.
A Nigéria ocupa o 7º lugar no ranking da Missão Portas Abertas de 2025, que lista os países onde os cristãos mais sofrem perseguição.
A comunidade exige uma investigação independente e reforça o apelo por proteção e justiça.
*As informações são do Missões Urgentes