Ameaça de morte a cristãos em campo de refugiados em Bangladesh: líder islâmico exige execuções

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Cartazes pedem a morte de líderes cristãos no campo de refugiados. (Foto: Etnos).

A situação no maior campo de refugiados do mundo, localizado em Cox’s Bazar, Bangladesh, piora a cada dia para a minoria cristã Rohingya. Recentemente, um líder islâmico da região espalhou cartazes incitando a morte de dois pastores e de outros oito cristãos, acusados de evangelizar dentro do campo de Kutupalong. A missão brasileira Etnos, que atua na região, relatou com exclusividade ao Guiame a situação desesperadora desses cristãos, que vivem sob constante ameaça de morte.

O campo de Kutupalong, que abriga mais de 1 milhão de refugiados, é principalmente formado por muçulmanos Rohingya, um povo apátrida que não é reconhecido como cidadão de nenhum país. Raphael Florenciano, líder da missão Etnos, explica que, após décadas de opressão em Mianmar, a etnia Rohingya foi forçada a deixar suas terras natalinas em busca de segurança, mas, ao chegar em Bangladesh, se vê em uma situação ainda mais difícil.

O campo de refugiados é um local marcado pela falta de controle, onde gangues de tráfico humano e de órgãos operam livremente. Segundo Florenciano, muitos dos refugiados são vítimas de violência extrema. Dentro deste cenário de miséria e falta de direitos, cerca de 200 cristãos Rohingya tentam, com muito esforço, manter sua fé, formar igrejas e promover evangelismo.

Porém, essa tentativa de praticar sua religião tem sido uma constante fonte de perseguição. Cartazes divulgados por um líder islâmico condenam os cristãos pela realização de cultos e pela tradução da Bíblia, incitando até mesmo a execução dos cristãos. A ameaça de linchamento foi amplificada através de vídeos compartilhados nas redes sociais, nos quais líderes muçulmanos incitam os seguidores a caçar e matar os cristãos, fazendo com que sua segurança no campo de refugiados esteja em risco iminente.

Cartazes pedem a morte de líderes cristãos no campo de refugiados. (Foto: Etnos).

Em resposta, a missão Etnos tem trabalhado na proteção da comunidade cristã, mas o processo é difícil. Os cristãos são apátridas, o que impede qualquer ação legal para retirá-los do país. A única esperança, segundo Raphael Florenciano, é o reassentamento através do programa da ONU, mas sem a emissão de passaportes, essa mudança parece cada vez mais distante.

A missão Etnos fez um apelo por orações para a proteção dos cristãos em Bangladesh. “Precisamos das suas orações”, afirmou Florenciano. Enquanto isso, os cristãos no campo de Kutupalong continuam vivendo na sombra da morte, escondidos e com medo de se movimentar.

*Com informações Guia-me