Por trás da doação: como o sangue percorre Mato Grosso do Sul até salvar vidas

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Hemosul - Fotos: Bruno Rezende/Secom

A doação de sangue é um ato de solidariedade essencial, mas poucos conhecem a complexa logística por trás desse processo. Em Mato Grosso do Sul, a Rede Hemosul MS é responsável pela coleta, processamento e distribuição de cerca de 8,6 mil hemocomponentes por mês, garantindo o abastecimento de hospitais públicos e privados em todo o Estado.

O ciclo começa com a doação voluntária. O sangue coletado passa por rigorosos exames laboratoriais e é fracionado em componentes como hemácias, plaquetas e plasma. Após a validação, o material é armazenado e monitorado até ser liberado para transporte.
Segundo Marina Sawada Torres, coordenadora da Rede Hemosul MS, a distribuição ocorre conforme a demanda dos hospitais, priorizando o atendimento ao SUS. “As unidades de alta e média complexidade são as principais consumidoras. Quando há emergências, fazemos ajustes para garantir que o sangue chegue rapidamente”, explica Marina.

O transporte é uma etapa crítica. Juliana Flausino Haverith, motorista do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), descreve a rotina intensa. “Normalmente, realizamos uma entrega diária, mas quando há emergências, podemos fazer várias viagens, inclusive de madrugada”, conta.

Para manter a qualidade do sangue, caixas térmicas com “gelox” garantem a temperatura ideal até os destinos mais distantes. Ceres de Melo, responsável pelo Setor de Distribuição do Hemosul, destaca a importância da precisão na logística. “Se um paciente em Costa Rica ou Chapadão do Sul precisa de sangue urgente, não podemos esperar o dia seguinte. A distribuição precisa ser ágil e eficaz”, reforça.

O maior desafio é equilibrar oferta e demanda. Estoques de sangue negativo costumam ficar no limite, segundo Márcia Vicente de Souza, técnica de Hemoterapia da Rede Hemosul. “Por isso, reforçamos a necessidade de doações regulares”, alerta.

Além da distribuição, a Rede Hemosul investe na qualificação das equipes. Motoristas e profissionais de saúde passam por treinamentos anuais para garantir o manuseio correto do material. A unidade também é uma das 13 no Brasil a realizar exames de biologia molecular, assegurando a segurança dos hemocomponentes.

Com a missão de expandir o acesso à doação, o Hemosul planeja campanhas de conscientização, abertura de novas unidades e projetos móveis, como ônibus de coleta. “Nosso compromisso é garantir que o sangue chegue a quem precisa, com qualidade e segurança”, finaliza Marina.

No fim das contas, o sucesso desse sistema depende da solidariedade dos doadores. Cada bolsa de sangue representa uma chance de vida, e a participação da população é o que mantém esse ciclo funcionando.

*Agência de Notícias MS