Academia para evangélicos com salinha de oração e louvor na playlist atraí fieis em Curitiba

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Uma rede de academias decidiu abrir uma unidade voltada ao público evangélico, chamada Sou Mais Cristo, em Curitiba. Embora também aberta a pessoas de outras religiões ou sem crença, a unidade destaca-se pela playlist com louvores e uma sala de oração privativa.

A instalação, que custou R$ 2 milhões, tem atraído atenção dos evangélicos na capital paranaense. O apelo religioso é evidente: luzes no teto formam uma cruz e as paredes são decoradas com versículos bíblicos. Há ainda uma sala de oração, localizada em um pequeno espaço no canto do galpão, proporcionando privacidade para momentos de oração antes, durante ou após os treinos.

“É bom chegar num lugar e se sentir acolhida e amada. Isso atrai a gente, independentemente do credo religioso”, afirma Fátima Valéria dos Santos Vieira, 60 anos, membro da Igreja do Evangelho Quadrangular. “Não me sentia à vontade em outras academias, que parecem que só dão atenção a mocinhas. Queria fazer um exercício e não sabia como. Aqui eles me orientam”, acrescenta a idosa.

A professora aposentada Evanir Maria Nelma, 73 anos, que não é evangélica, também frequenta a academia e defende o ambiente: “Para mim, tanto faz. O que importa é se eles te dão atenção para saber se você está fazendo a atividade do jeito certo ou errado. E aqui eles acompanham”, diz.

O fundador da rede, Patrick Batista, 31 anos, afirma que a academia não busca criar um ambiente excludente: “Qualquer um, mesmo sem religião ou sem acreditar em Deus, é bem recebido. Eu me converti há um ano quando estava em uma rave e Deus falou comigo. Hoje, às vezes eu vou à igreja evangélica, mas não precisa ir a uma igreja para acessar Deus”, opina.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a playlist é composta por músicas de artistas cristãos. A unidade conta com 400 alunos matriculados e é dirigida por três sócios que tomam decisões após orações: “As pessoas podem achar que eu faço por dinheiro. Mas, não, eu faço porque Deus me direciona a fazer. Normalmente Deus traz para a gente quem é para contratar, quem não é. A gente orava sobre os orçamentos e Deus escolhia. Até mesmo para dar entrevista a gente ora”, diz Patrick.

Karina Kosicki Bellotti, professora do Departamento de História da Universidade Federal do Paraná (UFPR), observa que espaços e eventos voltados ao público evangélico têm crescido no Brasil nas últimas três décadas, refletindo o aumento do número de pessoas que se convertem ao Evangelho.