Mais de 500 igrejas foram destruídas desde início da invasão russa ao território ucraniano em fevereiro de 2022. O dado é da pesquisa “Igrejas sob Fogo”.
O levantamento tem como objetivo documentar a “destruição do patrimônio cultural para levar a Federação Russa à justiça por este crime de guerra no futuro”. A explicação foi dada pela responsável pela pesquisa, Iryna Lysenko, durante uma conferência de imprensa.
Em uma plataforma online, fotos e vídeos de igrejas danificadas ou destruídas são coletados. Há ainda informações de testemunhas locais da guerra que “afeta todas as denominações, não apenas a Igreja Ortodoxa Ucraniana – Patriarcado de Moscou – ou a Igreja Ortodoxa da Ucrânia”.
Segundo o consultor científico Yuriy Chornomorets, que integra a equipe da pesquisa, a destruição das igrejas é “bárbara”. O especialista religioso destacou também que o exército ucraniano tenta salvar as igrejas da violência ao não se posicionar próximo a esses espaços.
A especialista em documentação de patrimônio para processos criminais, Roksolana Makar, considera que a Ucrânia tem direito de “exigir justiça nos tribunais internacionais”. A justificativa é grande destruição que os “militares russos estão fazendo às igrejas ucranianas e aos monumentos culturais ucranianos em geral”.
De acordo com Makar, será um processo judicial longo, que pode durar uma década. No entanto, ela enfatiza que a seleção da documentação que retrata a violência contra as igrejas ocorre, seguindo à metodologia internacional. Isto significa que os especialistas selecionam edifícios que podem servir como prova de que os militares russos “realmente cometeram crimes contra o patrimônio cultural durante a guerra”.
*Com informações CNE