Marca de 8 bilhões da população mundial reacende desafios para a Igreja

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Imagem internet

A recente notícia da ONU de que a população global atingiu a marca de 8 bilhões reacendeu o desafio da Igreja de conquistar os povos não alcançados pelo Evangelho de Cristo. O aumento do número de habitantes no planeta apresenta novos desafios ao campo missionário, uma vez que quase metade não conhece a Palavra de Deus.

Segundo projeções da Organização das Nações Unidas – ONU, em seu mais recente relatório das Perspectivas da População Mundial, divulgado nesta terça-feira (23), existem 8 bilhões de pessoas vivas no mundo hoje. Desse total, um número preocupante foi levantado pela Organização Cristã Joshua Project, com sede nos Estados Unidos, que coordena o trabalho de organizações missionárias para rastrear os grupos étnicos do mundo com menos seguidores do cristianismo evangélico. Pelo menos 3,37 bilhões vivem em grupos com pouco ou nenhum acesso à Palavra de Deus. Isso significa que 42% da população mundial não conhece o Evangelho de Jesus Cristo. 

Segundo a organização, um povo é classificado como não alcançado quando não há nenhuma comunidade nativa de cristãos nascidos de novo, com recursos adequados para evangelizar esse grupo, sem assistência externa. Na prática, são países ou regiões com até 5% de cristãos praticantes ou 2% de evangélicos.

Uma crítica aos evangélicos

O historiador e teólogo Diego Turato, de São Paulo, faz uma reflexão crítica sobre a igreja evangélica diante dos dados sobre a presença cristã no mundo, deixando claro seu incômodo com a indiferença de muitos cristãos para com a propagação do Evangelho.

“Qualquer cristão piedoso sabe como evangelizar; o problema é: hoje há piedade na igreja evangélica brasileira? Obviamente não se pode generalizar, contudo, reformulando a pergunta: Há interesse em líderes evangélicos em ensinar sobre amor e piedade? Há interesse em líderes evangélicos em evangelizar os não convertidos? Ficou nítido nos últimos meses que o maior interesse da maioria dos líderes evangélicos era tentar reeleger o presidente do Brasil, fato comprovado em quase todos os grupos de whatsapp das igrejas, com raras exceções. Portanto, embora exista diversos desafios quanto ao ensino bíblico da piedade, da fé, amor e esperança, da necessidade de evangelizar povos não alcançados, esses fatos são ignorados e o que deveria ser prioridade, não é priorizado.”

Turato afirma que se houver um despertamento da igreja tudo deveria começar pelas lideranças.

“As lideranças, inicialmente, precisam parar de acreditar em mentiras e voltar o coração para Deus e para o próximo, abandonar o materialismo e, com humildade, buscar a Deus. O problema é que isso não vai acontecer porque pensam em si mesmos e exclusivamente em seus descendentes. Não pensam no próximo como um todo. Talvez a problemática seja o desinteresse nos perdidos.”

A maior parte do grupo não alcançado está localizada na Janela 10/40, que inclui a maioria dos muçulmanos, hindus e budistas do mundo, especialmente no norte da África, Oriente Médio e Ásia. Segundo o relatório da ONU, estas são as áreas mais populosas do mundo. Estima-se que 5,27 bilhões de pessoas habitem na Janela 10/40, divididas em aproximadamente 8.868 grupos distintos.

De acordo com o Joshua Project, o continente menos alcançado pelo Evangelho é a Ásia, com destaque para os países Afeganistão, Bangladesh, Butão, Índia, Maldivas, Nepal, Paquistão e Sri Lanka.

Motivo para comemorar

O fundador da Answers in Genesis, organização cristã que defende o Criacionismo da terra jovem, Ken Ham, comemora os 8 bilhões de pessoas no mundo que representa o cumprimento do mandamento de Deus de “frutificar e multiplicar”. Em seu blog ele escreveu:

“Deus criou a vida. E ele formou a terra para ser habitada, conforme Isaías 45.18. A joia da coroa de sua criação é a humanidade, Adão e Eva. Sim, toda a criação de Deus é bela, embora agora esteja gemendo por causa do pecado. A coroa mais bela é a humanidade que carrega sua imagem. Portanto, devemos comemorar por existir 8 bilhões de portadores da imagem de Deus vivendo neste maravilhoso planeta que ele fez para nós”, destacou Ken.

Os mais populosos

De acordo com as projeções da ONU, embora a China seja o país mais populoso do mundo, a Índia deve liderar o ranking em 2023. Os Estados Unidos são o terceiro país mais populoso, seguido por Indonésia, Paquistão, Nigéria, Brasil, Bangladesh, Rússia e México.

A ONU sinaliza que a população mundial pode crescer para cerca de 8,5 bilhões em 2030 e 9,7 bilhões em 2050 e atingir um pico de 10,4 bilhões de pessoas na década de 2080.

Um dos destaques é que, nos últimos dois anos, foi percebida uma desaceleração na velocidade de urbanização a nível global. Isso porque no início da pandemia de COVID-19 houve uma migração em grande escala das principais cidades para o campo ou para pequenas cidades em busca de mais segurança sanitária.

No entanto, essa foi uma resposta de curto prazo que não alterou o curso da urbanização global: a população urbana continua crescendo, e a previsão é de que cidades em todo mundo tenham 2,2 bilhões de habitantes a mais até 2050. No ritmo atual, a estimativa é que a população urbana passe de 56% do total global em 2021 para 68% em 2050.

“As cidades sofreram o impacto da pandemia. As áreas urbanas já abrigam 55% da população mundial, e esse número deve crescer para 68% até 2050. Nosso mundo em rápida urbanização deve responder efetivamente a essa pandemia e se preparar para futuros surtos de doenças infecciosas”, afirmou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

 

Por: Redação