Imagem reprodção – ChinaAid
Em 1º de março, o governo chinês implantou os novos regulamentos para o uso da internet no país. Desde então, as contas e os grupos cristãos do WeChat se tornaram o principal alvo de censura, de acordo com relatório da organização ChinaAid, organização que apoia os perseguidos e promove a liberdade religiosa, os direitos humanos e o Estado de Direito.
No aplicativo de mensagens WeChat, os membros da Early Rain Covenant Church foram impedidos de usar no grupo a palavra “Cristo”. A igreja doméstica chinesa tem sido frequentemente alvo de perseguição religiosa.
Os membros da denominação, no grupo “Como Ler”, costumam recomendar livros e votar nas indicações, utilizando a ferramenta de votação do WeChat. Em uma das indicações recentes, uma das obras listadas foi “Imitação de Cristo”, um livro devocional de Tomás de Kempis, do século XV. A votação não conseguiu passar pela censura do WeChat.
De acordo com a ChinaAid, a mensagem afirmava que a informação violava categorias como pornografia, jogo, abuso de drogas, marketing excessivo e incitação. O aplicativo ofereceu duas sugestões: editar o conteúdo ou enviar para revisão, para que o problema fosse solucionado. O administrador do grupo, Ran Yunfei, revelou à organização que teve que substituir parte da palavra “Cristo” para passar pela censura.
Antes que as novas medidas entrassem em vigor na China, em 11 de fevereiro, Ran e muitos cristãos foram temporariamente proibidos de postar no WeChat. De acordo com as medidas do governo chinês, é necessária autorização administrativa prévia antes que conteúdo religioso seja publicado em mídia social.
Novos regulamentos
A Administração Estatal dos Assuntos Religiosos da China, em 20 de dezembro de 2021, publicou as “Medidas para a Administração de Serviços de Informações Religiosas da Internet” em seu site oficial. Não é permitida a realização de serviço de informação religiosa na internet, a menos que seja obtida permissão de um departamento do governo. Apenas grupos religiosos, escolas e organizações com autorizações válidas podem realizar sermões online.
Usar a internet para ensinar, fazer treinamento religioso, publicar sermões, repostar conteúdo religioso nas mídias sociais, organizar atividades religiosas na internet ou transmitir e gravar cultos só é possível se a organização ou indivíduo cumpra as exigências estabelecidas pelo governo chinês.
Com as novas medidas implantadas, o governo chinês planeja conceder a “Licença de Serviço de Informação Religiosa da Internet” apenas para grupos religiosos oficiais registrados e submetidos a treinamento. Vale destacar que o conteúdo postado por estes grupos deve estar de acordo com as agendas políticas do governo chinês.
Com informações ChinaAid