Imagem: reprodução
O áudio vazado do ministro da Educação, Milton Ribeiro, na manhã desta terça-feira (22/03), admitindo priorizar, na distribuição de recursos públicos, as prefeituras indicadas por pastores que não têm cargo no governo, citando inclusive que foi “um pedido especial” do presidente da República, não agradou nem mesmo a bancada evangélica. Pressionado, o ministro emitiu uma nota oficial para tentar esclarecer as acusações de que favorece indicados por pastores em agendas e direcionamento de dinheiro da pasta.
Quando Jesus Cristo disse que devemos ser sal da terra e luz do mundo ele nos chamou para fazer a diferença em todo o ambiente que frequentamos, mas até que ponto a influência da bancada evangélica ou de qualquer cristão anônimo politizado ultrapassa a linha da boa influência e se torna uma militância de favorecimento?
Para o presidente do Fórum Evangélico Nacional de Ação Social e Política e da Associação de Pastores de Vitória esse limite não pode ser desrespeitado. Ele criticou este tipo de conduta de privilégios e destaca qual o verdadeiro papel da igreja. “Os evangélicos, no exercício da sua cidadania, não devem compactuar com qualquer postura de privilégio. A igreja tem muito a contribuir para sociedade, mas a partir de uma compreensão de mundo pautada nos valores e princípios que proponham caminhos melhores para o coletivo. Não concordo e não compactuo com qualquer que seja o agente, público ou privado, não importa, que aceite política de privilégios, nós precisamos entender que a nossa ação como cidadão e cristão como também das nossas instituições é de carregar em si o interesse coletivo, social, daquilo que vai trazer transformação à luz do que a palavra de Deus nos mostra”
O presidente da Frente Parlamentar Evangélica, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) procurou o ministro da Educação, Milton Ribeiro, para cobrar esclarecimentos. Por meio de nota, o ministro Milton Ribeiro negou qualquer irregularidade e disse que o fato de ser evangélico não influi no modo como comanda o ministério. “Independente de minha formação religiosa, que é de conhecimento de todos, reafirmo meu compromisso com a laicidade do Estado, compromisso esse firmado por ocasião do meu discurso de posse à frente do Ministério da Educação”.
Disse também que desde fevereiro de 2021, foram atendidos in loco 1.837 municípios em todas as regiões do País, em reuniões “eminentemente técnicas” organizadas por parlamentares e gestores locais, registradas na agenda pública do Ministério. “Registro ainda que o presidente da República não pediu atendimento preferencial a ninguém, solicitou apenas que pudesse receber todos que nos procurassem”, afirmou.
“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. (Rm 12:2).
Com informações: Da redação