Universal recebeu R$ 72 milhões em criptomoedas desde 2018 e igreja esclarece: “Doações de boa fé”

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A Igreja Universal do Reino de Deus no Rio de Janeiro movimentou milhões nos últimos anos, verba que inclusive faz parte de esquema de pirâmide e que só veio à tona na última semana. A igreja está na lista das entidades que receberam grandes quantias em criptomoedas de empresa investigada pela Justiça. 

Após a denúncia, a igreja logo se apressou e entrou com ação para antecipar provas com o objetivo de não “ser envolvida em crimes que não praticou” e justificou que foi pelo simples fato de ter “recebido” doações de boa-fé”.

Segundo informações do portal Pleno News, um levantamento da Receita Federal aponta que as transferências do acusado o ex-garçom Glaidson dos Santos, apelidado de “faraó” das criptomoedas. 

A Universal informou que foram aproximadamente R$ 29 milhões entre 2018 e 2020. A igreja, porém, confirma ter recebido valores ainda mais altos, de R$ 72,3 milhões, entre 4 de maio de 2020 e 12 de julho de 2021. De acordo com a igreja, o ex-garçom colaborava, assim como os demais fiéis, “com o sustento do templo” de Cabo Frio.

A Universal afirmou que, a partir de maio de 2020, foi verificado um expressivo aumento no volume de doações recebidas por meio de transferências bancárias realizadas por Glaidson e pela empresa GAS. A ação da igreja afirma que, questionado pela liderança local sobre as doações, o ex-garçom respondeu que passava por “fase de grande prosperidade econômica”.

O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) confirmou que a defesa da Igreja Universal entrou com o pedido. Segundo o TJRJ, o processo foi distribuído e, atualmente, está na 1ª Vara Cível de Cabo Frio. 

A Igreja Universal declarou também que não tem conhecimento sobre a origem dos valores doados por Glaidson e pela GAS, nem informações precisas sobre a legalidade das atividades exercidas por ele, que teriam possibilitado o acúmulo dos recursos.

Na ação o documento diz que sem as informações que se encontram em posse dos réus, a Universal estará impossibilitada de prestar esclarecimentos, podendo ser investigada e até sancionada, a partir da injusta vinculação a práticas duvidosas, com as quais não tem nenhuma relação, envolvimento, ou sequer conhecimento. 

 
Da Redação