Após vídeo publicado em defesa dos valores bíblicos, pastor Jorge Linhares será investigado

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O diretor geral do Colégio Batista Getsêmani, pastor Jorge Linhares, foi convocado a comparecer no Ministério Público de Minas Gerais, na próxima segunda-feira (02), a fim de ser investigado sobre eventual postagem de um vídeo que “caracterizou discriminação de identidade de gênero” e foi enquadrado pela OAB como “discurso de ódio”.

No vídeo que viralizou nas redes sociais, postado em 28 de junho, aparecem crianças defendendo os gêneros masculino e feminino, logo após a polêmica campanha do Burger King em defesa da causa LBGT, no mês do orgulho gay. O vídeo, porém, não foi produzido por alunos do Colégio Batista Getsêmani, mas foi somente compartilhado pelo colégio e pertence ao canal do YouTube “O Mundo de Otávio”.

“Essa não é uma luta do pastor Jorge Linhares e nem só do Colégio Batista Getsêmani. Eu estou representando todos os pastores, igrejas e instituições de ensino religiosas. É uma luta do sistema educacional brasileiro”, explicou o diretor.

“Eu vou diante do promotor para mostrar que tudo nessa vida deve passar por críticas. Qual o problema em criticar uma ação contra as crianças? O adulto pode fazer o que quer com seu corpo, mas não podem doutrinar as crianças com esses pensamentos”, disse o pastor Jorge ao se referir à militância LGBT quando enfatiza que “meninos podem ser meninas”, e vice-versa.

O vídeo postado, que defende somente as duas identidades [masculina e feminina], está dentro das crenças ensinadas no colégio. “Nós acreditamos dessa forma, que Deus nunca erra, quem erra é o homem. Quero ser claríssimo ao dizer isso para o juiz que me interrogar”, revelou.

Para a OAB, a mensagem seria ofensiva, mesmo sem contar com nenhuma palavra ou menção negativa a pessoas LGBT. De acordo com o presidente da Comissão de Diversidade Sexual da OAB de Minas Gerais, Alexandre Bahia, embora a liberdade religiosa e de discurso sejam protegidos constitucionalmente, o discurso de ódio ou homofobia podem ser criminalizados.

Ele lembra que o Supremo Tribunal Federal (STF), por meio da decisão sobre a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão 26 (ADO 26), equiparou a homofobia ao racismo, determinando que casos de preconceito e discriminação em razão de orientação sexual sejam punidos.

Ao abrir o inquérito assim que a Promotoria de Direitos Humanos recebeu o vídeo, o Ministério Público de MG disse que o andamento será rápido. O pastor Jorge Linhares, que já foi chamado para prestar depoimentos, saberá sobre as medidas ou ação reparatória após a audiência da segunda-feira (02).

O promotor de justiça, Mário Konishi, disse que a ideia do Ministério Público é apurar melhor os fatos para tomar as providências em caso de discriminação, se houver. “Nós demos uma resposta, como instituição cristã, que tem como base a Bíblia Sagrada. A escola gira em torno de ensinamentos em prol da família”, reforçou Jorge Linhares.

 

 

Por: Rhajjah Benites