Brasil alcança a marca de 65 milhões de evangélicos no país

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Foto: The Send Brasil

O crescimento do segmento evangélico já vinha crescendo notavelmente há alguns anos, estando visivelmente presente em todo o tecido social. Segundo estatística divulgada pelo Instituto DataFolha, um em cada três adultos no Brasil se identifica como evangélico. Conforme a pesquisa realizada em 2020, os evangélicos representam 31% da população (mais de 65 milhões de pessoas).

A adesão à religião evangélica no Brasil se dá predominantemente entre indivíduos das classes mais baixas; a maioria se filia as igrejas pentecostais e neopentecostais. De acordo com o Censo Brasileiro, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estátisticas (IBGE), em 2010, 60% (25,3 milhões), dos evangélicos eram pentecostais.

Em uma projeção linear do cenário religioso no Brasil, o doutor em Demografia pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (CEDEPLAR) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), José Eustáquio Diniz Alves, prevê que em 2036 os evangélicos chegarão a 40,3 % da população, ultrapassando os católicos, que cairão para 39,4%. Se essa projeção se cumprir, em 15 anos o Brasil se tornará uma nação predominantemente evangélica.

Diante desse cenário, muitos sociólogos, antropólogos, pesquisadores e cientistas da religião se questionam sobre o motivo do crescimento constante.

 “As igrejas evangélicas funcionam como estado de bem-estar social informal ocupando espaços abandonados pelo Poder Público”, disse o sociólogo Juliano Spyer.

Com doações de cestas básicas, mediação de conflitos conjugais, cuidado com os doentes, acolhimento dos marginalizados, visita aos aprisionados e promoção de uma massa de pessoas invisibilidades, e até mesmo o conservadorismo evangélico, em certa medida, – conforme recentes pesquisas -, tem impactado positivamente famílias, inclusive jovens que estão próximos ao crime organizado e vulneráveis ao uso de drogas.

Essa parte expressiva de evangélicos na população brasileira tem definido destinos importantes no país, como por exemplo, na política. O presidente Jair Bolsonaro teve um apoio de grande dos cristãos, e continua buscando esse apoio até hoje, como na indicação de André Mendonça, que é pastor evangélico, para o STF. Em 2019, o presidente chegou a afirmar que dos dois nomes que poderia indicar para o STF em seu mandato, "um será terrivelmente evangélico".

 

Por: Rhajjah Benites