Pastor já resgatou mais de 2.500 homens de facções criminosas para uma vida com Deus

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Com o propósito de libertar criminosos da vida no tráfico, foi criada em 2012, a Equipe 91 – uma referência ao Salmo 91. Um grupo formado por 70 pastores que tiveram um passado no crime, e tem resgatado pessoas em Rio Branco, no Acre. “Nosso trabalho é salvar almas”, disse Francisco Ferreira da Conceição, um dos principais líderes da Equipe 91, conhecido como Ferreirinha.

Ao serem alcançados pela Palavra, através do projeto, os novos crentes devem gravar um vídeo relatando sua conversão. Eles especificam quem são, a que facção pertencem e o porquê querem começar uma nova vida com Deus. Os relatos são enviados para líderes de facções locais, que firmam um acordo informal de saída.

Nos últimos quatro anos, Ferreirinha disse que gravou mais de 2.500 vídeos de conversão. “Os [barões do tráfico] sabem que vão acabar sendo forçados a deixar o mundo do crime. Eles nos respeitam porque sabem que somos a única saída, caso um dia precisem”, explica o pastor.

Há quatro anos, Ferreirinha era o líder do B13, facção de destaque no Acre. Depois de passar 30 anos no tráfico de drogas e entrar e sair da prisão 25 vezes, ele reconheceu que precisava de uma mudança. “Três semanas antes de eu aceitar Jesus, membros de facções rivais tentaram me matar quatro vezes”, lembrou. “Meu filho se virou para mim e disse: 'Papai, eles estão atirando em você'. Naquele momento, Deus entrou no meu coração e eu prometi a Ele que se nos deixasse sair com vida, eu deixaria essa vida para sempre e me concentraria em criar meus filhos.”

Com o mesmo objetivo da Equipe 91, o pastor William Souza, de 42 anos, fundou, há nove anos, a Comunidade para Restaurar Vidas, na favela de Acari, considerado um dos bairros mais pobres do Rio e o terceiro entre os piores índices de desenvolvimento humano (IDHs) da cidade. Em um dos casos, o pastor William passou a fazer visitas frequentes a Carlos, que acabou se convertendo ao Evangelho.

Na época, o ex-líder do Terceiro Comando Puro, conhecido como Capilé, não questionou a decisão. “O Capilé apenas me pediu para fazer uma coisa por ele em troca. Ele me pediu para orar por ele”, lembrou Carlos. Hoje, ele faz o mesmo, porta a porta, para levar o Evangelho a outros traficantes.

“Temos investido em parcerias com igrejas porque ajuda a criar um ambiente mais estável e respeitoso dentro das prisões. Embora estejamos abertos a todas as religiões, apenas a igreja evangélica tem nos procurado para desenvolver ainda mais nosso programa”, disse Liliane Moura, diretora do Programa de Assistência Religiosa da Prefeitura do Acre.

Dentre mais de 6.130 presos no sistema penitenciário do Estado do Acre, os novos convertidos podem ser transferidos para uma seção separada na prisão, onde podem crescer em sua fé. Em parceria com o governo, a Equipe 91 tem realizado cultos e círculos de oração com os presos, além de fornecer um sistema de apoio para aqueles que são liberados.

 

Por: Rhajjah Benites