O ex-candidato à Presidência da República, Cabo Daciolo, afirmou nesta semana em suas redes sociais que está preocupado com a votação da autonomia do Banco Central pelo Congresso Nacional.
Em vídeo, o ex-político acusa o ministro Paulo Guedes de fazer uma política equivocada na área econômica, no qual acredita que a iniciativa poderá levar o país à "Nova Ordem Mundial”.
De acordo com o portal de notícias Gospel Prime, o candidato que ficou em sexto lugar na eleição de 2018, à frente de Marina Silva, Guilherme Boulos, Alvaro Dias e Henrique Meirelles, acusou Guedes de ser um “traidor desta nação”, supostamente por estar “entregando a nação toda”.
Daciolo diz que a autonomia do Banco Central tiraria os poderes do presidente Jair Bolsonaro da instituição e com isso “Estar caminhando, infelizmente, a passos acelerados da Nova Ordem Mundial”. Usando a narrativa de teoria da conspiração que faz parte do seu estilo, ele afirma que isso levará a única moeda, ao banco único.
Contraponto
O analista Rubens Teixeira, evangélico e Doutor em Economia, disse que na verdade a autonomia de instituições do Estado é importante para tentar evitar interferências políticas.
“A autonomia de instituições de Estado é importante para tentar evitar interferências políticas, em especial em momentos de crise. Pretende-se impedir que, por questões políticas, com propósitos eleitorais, ou qualquer outro, essas instituições sejam obrigadas a desprezar soluções técnicas”, explicou Teixeira.
Ele afirma que as agências reguladoras já possuem autonomia garantida na lei e que embora o Banco Central tenha recebido algum grau de autonomia não havia previsão legal neste sentido.
“Há decisões que são como remédios amargos, mas são necessárias para evitar efeitos econômicos perversos, como a inflação e a estagnação econômica que causam sofrimento e desorganização na sociedade, gerando desemprego, sofrimento e até mortes de pessoas mais humildes”, disse.
Questionado se as políticas econômicas de Paulo Guedes prejudicam o Brasil, ele diz que o ministro tem muitas propostas boas, mas que acaba sendo limitado pela interferência política. O economista diz que se Guedes fosse mais ouvido “o Brasil ganharia mais”.