Batalha de Jericó pode ser provada após descobertas arqueológicas

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Foto: reprodução

Também conhecido como ‘The Bible Memory Man’ (‘O Homem da Memória da Bíblia’), o professor e pesquisador Tom Meyer relatou descobertas importantes que podem comprovar o relato bíblico sobre a Batalha de Jericó.

O local histórico de Jericó está localizado no leste da Palestina, no que é conhecido como Tell es-Sultan ou Tel Jericho.

Descrita no Livro de Josué, a Batalha de Jericó ficou marcada como a primeira travada na conquista de Canaã pelos israelitas, e é famosa pela queda das muralhas, provocada no sétimo dia, pelos soldados que marcharam sete vezes e, no sétimo passo, os sacerdotes tocaram suas trombetas e os soldados gritaram diante as muralhas para derrubar as fortificações. Apesar da descrição detalhada o Antigo Testamento, os historiadores criaram um debate sobre a veracidade dessa história.

Arqueólogos como William Gwinn Dever, apelidaram a queda das muralhas como um ‘relato fictício’. Outros, como a arqueóloga britânica Kathleen Kenyon, sugeriram que existem imprecisões históricas no relato do Antigo Testamento.

Mas o professor Meyer, especialista em idiomas do Oriente Médio da Faculdade Bíblica Shasta e da Escola de Pós-graduação, na Califórnia (EUA), acredita que diversas pistas e descobertas arqueológicas podem ajudar a comprovar a narrativa bíblica:

"Jericó, embora pareça uma cidade comparativamente pequena para nossos padrões modernos, era uma cidade cananeia antiga muito forte e protegida. Sua destruição foi essencial para os israelitas, depois de atravessarem o rio Jordão, para avançar rumo a Canaã”. Disse Meyer ao jornal ‘Express.co.uk’.

"A queda de Jericó em 1400 aC é um excelente exemplo de evidência textual e arqueológica que pode colaborar com o texto bíblico", acrescentou.

Sobre a perspectiva bíblica, o professor comentou: "Segundo a Bíblia, a ordem dos eventos foi que primeiro, as muralhas caíram, depois a cidade foi queimada e, finalmente, foi abandonada. Todo arqueólogo que escavou Jericó chegou à mesma conclusão”.

"Sobre o muro de contenção de pedra da época de Josué — partes das quais ainda podem ser vistas hoje — havia outro muro de tijolos de barro”, acrescentou.

Meyer destacou que os arqueólogos também comprovaram a existência desse primeiro muro e a queda do mesmo.

"Segundo os arqueólogos, a parede de tijolos de barro caiu para fora e para baixo até a base da parede de pedra fundamental. Os arqueólogos que cavaram na base do muro de pedra encontraram uma pilha de tijolos de barro avermelhados ao longo de toda a parte do muro de pedra que desenterraram", explicou.

Um diagrama dos tijolos caídos pode ser encontrado nos relatórios de escavação de Kathleen Kenyon.

Segundo o professor Meyer, a antiga Jericó é o único lugar onde os arqueólogos encontraram um muro que desabou completamente.

"O muro caído formou uma rampa para os soldados israelitas subirem e incendiarem a cidade. Os arqueólogos também encontraram evidências de uma destruição maciça por fogo — com cerca de um metro de profundidade — do mesmo período” comentou o pesquisador.

"Na camada de queima de um metro e meio de espessura, os arqueólogos John Garstang e mais tarde Kathleen Kenyon encontraram espaços com muitas cinzas, madeiras de telhado que desabaram e grandes depósitos cheios de grãos”, relatou. "Isso é significativo, porque Josué não apenas ordenou aos soldados que não invadissem a cidade caída, mas a Bíblia afirma que os israelitas invadiram Canaã na época da colheita”.

Meyer então continua apontando outras peças desse aparente “quebra-cabeça”.

"A camada de terra ausente de estruturas que estava no topo da camada de cinzas mostra que a cidade foi abandonada por um longo período de tempo. O relatório de todo arqueólogo mostra que primeiro os muros desabaram, depois a cidade foi incendiada e, posteriormente, a cidade foi abandonada, como afirma a Bíblia", explicou.

Segundo a UNESCO, Jericó antiga está entre as mais antigas cidades conhecidas da Terra, com escavações arqueológicas revelando 23 camadas de civilizações antigas no local.

 

Por: Rhajjah Benites