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Milhares de pessoas foram às ruas em diferentes locais da Argentina no sábado (28), para protestar contra um novo projeto de lei que descriminalizaria o aborto no país.
Os protestos, apoiados por igrejas católicas e evangélicas, foram organizados por cerca de 150 organizações da sociedade civil. O maior grupo marchou em frente ao Palácio do Congresso Nacional Argentino, em Buenos Aires, onde as deliberações sobre o novo projeto de lei aconteceriam nesta semana, informou a AFP.
Os manifestantes agitaram lenços de cor azul, cor que identifica os grupos contra o aborto. Eles também carregavam cartazes com mensagens pró-vida, como "Salve Ambas as Vidas!"
De acordo com Jorge Gomez, diretor executivo da Aciera, a Aliança Cristã de Igrejas Evangélicas da Argentina, o protesto de sábado foi um "derramamento espontâneo".
Em 17 de novembro, o presidente argentino Alberto Fernandez apresentou ao Congresso um novo projeto de lei que tornaria o aborto legal. O movimento é visto como uma tentativa de Fernandez de cumprir uma promessa de campanha de descriminalizar o aborto no país predominantemente católico.
O projeto de lei proposto permitiria o aborto até 14 semanas de gravidez. Atualmente, a lei só permite a interrupção da gravidez em qualquer estágio nos casos em que a vida da mãe está em perigo ou quando a mãe é vítima de estupro.
O projeto também forneceria assistência de pensão alimentícia a mulheres grávidas com dificuldades financeiras para impedi-las de abortar por razões econômicas.
Grupos religiosos expressaram forte oposição ao novo projeto de lei.
“Não há lugar para pensar em projetos legislativos que contradizem o discurso que prioriza cuidar de todos os argentinos”, afirmou a Conferência Episcopal argentina em nota.
“Não cuidar de todas as vidas, ao longo dessas vidas, seria uma lacuna muito séria para um estado que quer proteger seus habitantes”, disseram.
Os bispos também criticaram o momento da apresentação do projeto durante uma pandemia, dizendo que era "insustentável e inapropriado".
Eles acrescentaram que o estado deve proteger toda a vida humana.
“A pandemia nos alertou que o Estado deve garantir a saúde pública. Ou seja, cuidar de toda a vida humana”, continua o comunicado.
Da Redação