Em combate à Dengue, Zika e Chikungunya, Biofábrica lança produção do mosquito sem vírus

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Em combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES), iniciou nesta segunda-feira (23), a produção do mosquito com Wolbachia, ação considerada como uma das maiores inovações no Estado.

O método, financiado pelo Ministério da Saúde e conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), implementado em Campo Grande com apoio da SES e da Secretaria Municipal de Saúde (SESAU), será realizado pela Biofábrica instalada na sede do Laboratório Central de Mato Grosso do Sul (Lacen/MS). 

Segundo a SES, a ação reforça o combate à Dengue, Zika e Chikungunya e integra o calendário da Campanha “Aproveite a Quarentena e Limpe o seu Quintal”. Criada pelo World Mosquito Program (WMP).

Para o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, a iniciativa representa um verdadeiro alívio para Mato Grosso do Sul, que sofre com a doença há muitos anos. 

“Apenas os investimentos na ciência e na pesquisa, como o Governo de MS tem feito, poderemos encontrar soluções para combater eventuais epidemias. Mas nós queremos expandir este projeto do Método Wolbachia para outras cidades sul-mato-grossenses como Corumbá, Dourados e Ponta Porã”, conta. 

O pesquisador da Fiocruz, Luciano Moreira, Líder do Método Wolbachia no Brasil explica que o projeto é resultado da descoberta do WMP de que o mosquito Aedes aegypti, quando contém a bactéria Wolbachia, tem sua capacidade reduzida de transmitir as três doenças citadas. 

“Campo Grande é uma cidade de médio porte que tem problemas de dengue e, então, foi escolhida no Centro-Oeste para mostrar que o projeto pode funcionar em diversos biomas do Brasil”, explica. 

O pesquisador ainda explica como o Método vai funcionar na cidade.

“A iniciativa trabalha da seguinte maneira: é feito um trabalho de engajamento para explicar sobre o projeto e tirar todas as dúvidas, e assim ter o apoio da população. Depois entra a fase de liberação dos mosquitos por determinado período, cerca de 16 semanas. Esses mosquitos vão se cruzando na natureza e, com o passar do tempo, haverá uma grande porcentagem do mosquito naquela localidade com a Wolbachia, com isso esperamos ter uma redução das doenças e podemos proteger a população”.

Método Wolbachia

A Wolbachia é uma bactéria intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não estava presente no Aedes aegypti. Quando presente neste mosquito, ela impede que os vírus da Dengue, Zika, Chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro do mosquito, contribuindo para redução destas doenças. Não há modificação genética nem no mosquito, nem na bactéria.

No Brasil, o método é implementado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com financiamento do Ministério da Saúde, em parceria com governos locais. Tendo iniciado em partes dos municípios do Rio de Janeiro e Niterói, os resultados preliminares apontam redução de 75% de casos de Chikungunya em áreas com o wolbito. 


 

Por Bruna Silva
Com informações do Portal MS