Um professor e pai de família de 47 anos, pagou com a própria vida a iniciativa de mostrar como é a liberdade de expressão na escola que dava aulas em uma pequena cidade na França. As informações são do portal G1.
Samuel Paty, teria mostrado aos alunos uma caricatura do profeta Maomé em uma aula sobre a liberdade de expressão e pouco depois de deixar a escola onde trabalhava na pequena cidade de Conflans-Saint-Honorine, por volta das 17h do dia 16 de outubro, o educador foi decapitado por um terrorista, um jovem de 18 anos de origem chechena que ficou indignado com a atitude da vítima em sala de aula.
Desta vez, porém, a iniciativa não foi bem recebida por todos. Os alunos relatam que o professor perguntou quem era muçulmano na sala e ofereceu a eles a possibilidade de se retirar ou não olhar, se preferissem não visualizar o desenho. Alguns saíram; outros, não.
Alunos, pais, colegas e amigos de Paty o descreveram como um homem gentil, apaixonado pela profissão. O crime chocou o país – o Palácio do Eliseu anunciou a realização de uma homenagem nacional ao professor nos próximos dias. Centenas de pessoas foram até a escola e depositaram flores.
A polícia investiga qual o papel do vídeo no crime, já que o autor do ataque tinha 18 anos e não estudava no local. O autor, nascido em Moscou e com um visto de refugiado na França, obtido em março deste ano, foi morto pela polícia instantes depois do assassinato. Outros nove suspeitos foram presos.
Sobre o professor
De porte pequeno, óculos e discreto, Paty era casado e tinha filhos. Como já havia feito em outras ocasiões nos últimos anos, não se importou em levar à sala de aula uma caricatura de Maomé, publicada no jornal Charlie Hebdo, para explicar aos alunos sobre aquela que é um dos pilares da República francesa, a liberdade de expressão. A classe tinha alunos com média de 13 anos que cursavam o equivalente ao oitavo ano do Ensino Fundamental brasileiro.