Tribunal do Irã decide afastar criança muçulmana adotada por casal cristão

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O tribunal de apelações no Irã decidiu afastar uma criança muçulmana adotada de seus pais apenas por eles serem cristãos. A menina que tem problemas de saúde será retirada da casa onde mora atualmente, após os pais serem condenados por participarem de uma igreja no sudoeste do Irã. As informações são do portal The Christian Post. 

Segundo informações, uma organização sem fins lucrativos com sede em Londres que expõe abusos contra cristãos no Irã –  a maioria muçulmana- relata que um painel do tribunal de apelações na cidade de Bushehr manteve na terça-feira uma decisão de 19 de julho contra o casal cristão Sam Khosravi e sua esposa, Maryam Falahi. O tribunal concluiu que eles “não são adequados” para serem pais de sua filha adotiva, Lydia.

De acordo com a organização, a decisão inicial veio, embora, o juiz Muhammad Hassan Dashti reconhecesse que a criança de quase 2 anos sentia um intenso apego emocional a seus pais adotivos e que ela pode passar o resto da sua vida sendo responsabilidade do Estado devido seus graves problemas de saúde. 

Um porta-voz disse à reportagem que Lydia permanece sob a custódia de seus pais. No entanto, a agência de bem-estar infantil do Irã tentará remover a criança se o recurso interposto pelo casal for negado. 

O diretor de defesa, Mansour Borji, disse em um comunicado que a decisão de julho contra os pais "demonstra claramente" uma relutância do juiz em proferir a sentença. 

Borji afirma que o juiz Dashti foi "coagido pelo representante do Ministério da Inteligência" e acrescentou que é um “exemplo claro da falta de independência do judiciário em casos envolvendo cristãos”.

“Condenar essas pessoas à prisão por possuírem Bíblias e símbolos cristãos é uma demonstração clara de que o ministro das Relações Exteriores do Irã e outros não estão dizendo a verdade quando dizem que 'ninguém é preso no Irã simplesmente por causa de suas crenças “ afirma. 

O grupo de defesa afirmou que a única razão pela qual o veredicto foi emitido contra os pais é por causa de sua identidade como cristãos e o fato de que Lydia é considerada por lei como muçulmana. 
 

 

 Por Bruna Silva