O pastor Vinícius Misael, líder da igreja Verbo da Vida de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, especialista em escatologia, doutrina das coisas que devem acontecer no fim do mundo, explicou a reportagem do ToNoGospel que o acordo histórico de normalização das relações de Israel com os Emirados Árabes Unidos (EAU) e Bahrein, com a mediação dos Estados Unidos, não cumpre nenhuma profecia bíblica.
Isso porque, no último dia 15, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu assinou um acordo de normalização das relações com esses países, pela mediação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na ocasião ele citou que o ato foi “Um dia histórico e um novo amanhecer de paz” e que o tratado também pode ser expandido para outros países árabes.
“Analisando o ponto de vista escatológico, esse ‘acordo de paz’ não cumpre nenhuma profecia bíblica em si, se a gente pensar na profecia de Daniel, (capítulo 9 versículo 27), que ele fala que o anticristo vai fazer uma aliança com os judeus por uma semana ou sete anos, isso dá início ao período conhecido como tribulação, no entanto, esse acordo de paz não faz referência ao acordo de paz que Daniel fala”, afirma.
O pastor explica porém, que esse acordo que Daniel expõe na profecia, vai dar início a tribulação, só que Paulo expressa em (2 Tessalonicenses 2.1-4) que para a tribulação acontecer, ou seja, para vir o dia do Senhor, dois eventos terão que acontecer antes, que é o arrebatamento da igreja, ou como Paulo fala “a apostasia” – separação da igreja da terra- e a revelação do anticristo, então a partir daí seria realizado esse acordo de paz que é contado os sete anos de tribulação.
“Se a gente interpretar esse acordo sendo o acordo de paz de Daniel, a gente teria que presumir que a igreja já foi arrebatada, o que não aconteceu e que o anticristo já se revelou o que também não aconteceu, então, esse cumprimento da profecia de Daniel é descartado. O que pode ter alguma relação com a bíblia e com as profecias, mas isso também é especulativo, a gente não pode afirmar com certeza, porém esse acordo de paz de Israel com Emirados Árabes e Bahrein provocou alguma animosidade entre Turquia, Israel, esses países, também houve uma reação do Irã. Em Ezequiel 38.1-39.16, que fala sobre a Guerra de Gogue e Magogue, provavelmente as nações que vão ir contra Israel nesta guerra que está relacionada também a tribulação, podem ser a atual Turquia e o Irã e também existe um acordo geopolítico, uma aliança e apoio da Rússia com relação a esses países”, explica.
O especialista conta que, lendo as profecias de Ezequiel, os países que são de nomes diferentes nesta profecia, mas que podem ser Irã, Turquia e Rússia, entre outros países, vão invadir Israel no tempo do fim, especificamente na tribulação, o que fica subentendido também como a terceira guerra mundial ou o início da Guerra do Armagedom, que vai culminar com o fim da tribulação e a destruição do anticristo e dos seus exércitos.
No entanto, para o pastor Vinícius, essa animosidade, entre Turquia e Irã, com relação a esse acordo de paz, pode ser mais uma peça do quebra-cabeça da intensificação da aversão desses países com relação a Israel. De acordo com ele, para a tribulação acontecer o cenário precisa estar pronto. Assim como em uma peça teatral, o cenário é preparado com antecedência antes de começar a peça, para a tribulação, ou a peça, acontecer, os arranjos políticos econômicos e sociais precisam ser preparados com antecedência.
“A gente não pode falar isso com certeza, né? Mas se a gente quiser saber, dos acontecimentos do fim, a gente tem que olhar para aquela região, justamente, tem que olhar para Israel, o que estão fazendo, com quem estão se relacionando, quais os acordos que eles tão fazendo, para termos ideia do que está próximo e o que pode acontecer nos próximos anos”, conta.
“Fato é que o cenário da tribulação está cada vez mais está sendo preparado, quanto mais a gente se aproxima desse período, mais esse cenário vai ficando pronto. A gente sabe que esse período, está perto de acontecer, a gente não sabe quanto tempo mais, mas sabemos que está perto”, finaliza.
Por Bruna Silva