Uma menina cristã de apenas 14 anos, está escondida em outro país busca de sua liberdade religiosa. Isso porque nos últimos dias, foi condenada pelo tribunal cidade onde era obrigada a morar, a retornar ao homem muçulmano que a sequestrou, casou-se à força e a converteu ao islamismo. As informações são do portal The Christian Post.
A adolescente católica Maira Shahbaz fugiu da casa de seu suposto marido, Mohamad Nakash, semanas depois que a Suprema Corte de Lahore decidiu que ela era legalmente casada com o sequestrador e ordenou que ela fosse devolvida à sua custódia, relatou a agência americana de perseguição International Christian Concern.
O juiz Raja Muhammad Shahid Abbasi decidiu no início deste mês que Shahbaz deve voltar para a casa do homem casado que a sequestrou sob a mira de uma arma durante o bloqueio do Covid-19 e a quem o juiz se referiu como seu "marido", com base no fato de que ela tinha convertido – à força- ao Islã.
“A ordem não tem precedentes e provavelmente significará que Maira nunca mais retornará para sua família”, disse Shazia George, uma ativista dos direitos humanos do Paquistão, após a decisão.
A juíza Abbasi anulou a decisão de um tribunal inferior de que ela teria permissão para deixar a casa de seu sequestrador e ficar em um abrigo para mulheres até que seu caso fosse ouvido pelo Tribunal Superior de Lahore.
A menina cristã foi sequestrada por Nakash e dois cúmplices enquanto voltava para casa na área de Madina Town, no distrito de Faisalabad. De acordo com testemunhas, os sequestradores forçaram Shahbaz a entrar em um carro e dispararam para o ar enquanto fugiam do local, informou o ICC anteriormente.
Nakash, que já é casado, foi acusado de apresentar ao tribunal de primeira instância uma certidão de casamento falsa que dizia que Maira tinha 19 anos e eles se casaram em outubro de 2019. O documento não só falhou em fornecer prova de consentimento da primeira esposa de Nakash, com quem ele tem dois filhos, mas o clérigo muçulmano cujo nome está listado no certificado negou envolvimento no casamento falso.
“Este caso destacou as táticas perversas usadas para forçar as vítimas a fazer declarações em favor de seus sequestradores perante os tribunais no Paquistão”, disse ao ICC Suneel Malik, defensora dos direitos humanos no Paquistão. “As vítimas são ameaçadas de consequências terríveis se falarem a verdade no tribunal”, conta.
Um estudo de 2014 do Movimento para a Solidariedade e a Paz no Paquistão estimou que cerca de 1.000 mulheres e meninas da comunidade hindu e cristã do Paquistão foram sequestradas, casadas à força com seu sequestradores e convertidas à força ao islamismo todos os anos.
Da Redação