Comunidades terapêuticas cristãs receberam quase 70% da verba federal no governo Bolsonaro

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Existem hoje quase 2.000 comunidades terapêuticas no Brasil. A grande maioria delas têm transformado a vida dos seus membros, porém uma pequena minoria é alvo de investigações por causa dos seus métodos.

O governo Bolsonaro vem tentando melhorar esse tipo de serviço, investiu 70% dos recursos destinados para o setor apenas no primeiro ano da sua gestão nas entidades cristãs.

Foram repassados aproximadamente R$ 150,5 milhões, onde R$ 41 milhões foram pra comunidades terapêuticas evangélicas e outros R$ 44 milhões para católicas, segundo informações do portal Publica.

Mais de 60% dessas entidades contratadas pelo Ministério da Cidadania tem ligações com grupos religiosos, que são presididas por padres, pastores e missionários. Igrejas evangélicas possuem uma experiência de sucesso na maioria dos casos, sendo o projeto “Cristolândia”, da convenção Batista Brasileira, um exemplo disso.

Na gestão Bolsonaro as comunidades terapêuticas ganharam força por causa da política nacional antidrogas. O governo considera a abstinência como solução principal e eficaz contra o vício. A quantidade de vagas nessas instituições cresceu de 2,9 mil, em 2018, para aproximadamente 11 mil, em 2019.

Algumas comunidades também são acusadas de violações dos direitos humanos, mas no cenário geral se tratam de exceções. A sociedade já reconhece o índice de sucesso do trabalho realizado por entidades religiosas, e isto se deve em parte à abordagem focada nos aspectos emocionais dos indivíduos.

A utilização da fé como uma ferramenta de transformação é conhecida pelos usuários das comunidades terapêuticas, os quais aceitam voluntariamente aderir aos programas de tratamento. Adotar a religião, contudo, não é uma condição para ingresso, mas é preciso respeitar a rotina e valores de cada estabelecimento.

Segundo o site Gospel+, o foco do trabalho laboral também é outro recurso utilizado nessas comunidades. Dependentes químicos que ficam internos em locais geralmente mais isolados aprendem a desenvolver atividades diárias que vão desde serviços básicos domésticos ao aprendizado de novas profissões.

Os líderes das comunidades entendem que a rotina de atividades ajuda a desenvolver no interno diversos aprendizados, como o senso de responsabilidade, compromisso, concentração e propósito de vida.

 

Da Redação